Pintos e rações 🐥
O Governo de Roraima firmou contrato milionário de R$ 2, 1 milhões para aquisição de 50 mil pintos e rações, por meio da Secretaria dos Povos Indígenas (Sepi). Com contrato firmado em fevereiro deste ano, a empresa venceu os dois lotes da licitação. Dessa forma, deve fornecer 45 mil pintos vivos de 1 a 3 dias para a produção de corte. E também outros 5 mil vivos de 1 a 3 dias para a produção de postura.
Justificativa
A justificativa é atender projetos de produção avícola em comunidades indígenas. O valor impressiona: mais de R$ 357 mil só com pintinhos e cerca de R$ 1,8 milhão com ração. Existe sim, a importância de incentivar a produção local, principalmente em áreas indígenas. Mas com tantas prioridades na fila — como a infraestrutura das escolas nas comunidades que estão caindo aos pedaços — não dá pra deixar de perguntar: será que tudo isso vai mesmo virar alimento e renda? Ou parte dessa ração vai desaparecer como já vimos em outras compras públicas? Como por exemplo, as obras em hospitais do interior, que começam, não terminam e o dinheiro desaparece.
Veto 🚫
O Congresso aprovou em junho um projeto para aumentar o número de deputados federais a partir da próxima legislatura. A proposta — que soa como um aceno para os próprios interesses pessoais dos parlamentares — foi vetada pelo presidente Lula nesta semana. A decisão do presidente reflete, em parte, o que a população já deixou claro por meio de pesquisa: a maioria é contra essa ampliação. Num país onde falta verba para saúde, educação e segurança, não faz sentido criar mais vagas no Parlamento sob o argumento da “representatividade”. O que falta não são cadeiras, mas vontade política e compromisso com o bem público.
Mudando de assunto…
Ontem foi celebrado o Dia da Proteção às Florestas. Nas redes sociais, o governador Antonio Denarium fez questão de “marcar presença” com publicações exaltando a data e destacando seu compromisso ambiental. Mas a memória da internet, assim como a da floresta, guarda o que as postagens tentam esquecer…
“Inimigo da floresta” 🌳
É que Denarium já foi citado em reportagens de veículos nacionais que revelaram sua sociedade no Frigo10, empresa ligada a produtores multados por desmatamento e, mais grave ainda, por atividades ilegais dentro da Terra Indígena Yanomami. Segundo as denúncias, um dos sócios chegou a criar gado por mais de duas décadas em área indígena e, em 2022, teria recebido uma doação de terras assinada pelo próprio governador, incluindo áreas de floresta pública em faixa de fronteira.
Da Redação