A investigação da Controladoria Geral da União (CGU) em contratos de cirurgias ortopédicas em Roraima, Acre e Mato Grosso virou tema de reportagem no Fantástico deste domingo (18). O programa mostrou como a empresa responsável pelo bloco de ortopedia do HGR age para cometer a fraude. Os números são impressionantes.
Aqui em Roraima, por exemplo, o Fantástico mostrou o caso de uma senhora que passou por cirurgia nas coluna. Ela precisou colocar quatro pinos que custam R$ 500 cada. No entanto, os médicos colocaram seis pinos e o valor de cada um saiu por mais de R$ 6 mil. O superfaturamento foi de mais de R$ 35 mil apenas nesse procedimento.
A Globo expôs também o caso de um caminhoneiro de Mato Grosso que entrou na Justiça para conseguir uma cirurgia de implantação de prótese no fêmur. Ele questionou o hospital sobre o produto implantado em seu corpo. Desse modo, a empresa lhe entregou a nota que mostrou que a prótese não tinha marca, modelo, validade e nem mesmo registro na Anvisa.
O Fantástico mostrou ainda o caso de um homem aqui de Roraima que fraturou uma perna. Mas no HGR no foi surpreendido com cirurgia nas duas pernas. A Sesau disse que foi por “excesso de cuidado”. Nesse ponto é importante questionar se a cirurgia ocorreu por erro médico ou apenas para justificar gastos e serviços no contrato.
Polícia Federal
O informativo explicou que a Polícia Federal realizou operação no início deste mês para apurar fraude no contrato. Os policiais cumpriram, inclusive, mandado na casa da secretária de Saúde, Cecília Lorezon.
Lembrou ainda que, logo em seguida, a Justiça Federal afastou Cecília do cargo e a proibiu de frequentar a Secretaria, bem como prédios da instituição.
Entretanto, ela conseguiu uma liminar e o governador Antonio Denarium imediatamente revogou o decreto de afastamento e a colocou de volta no cargo na última sexta-feira (16).
Conforme explicação da secretária ao Fantástico, ela provou que todos os argumentos usados para seu afastamento não eram verdade.