O Ministério da Saúde anunciou que quem utiliza a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) estão incluídas no grupo alvo da vacinação contra o HPV (papilomavírus humano).
Essa medida representa um avanço significativo na prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e na redução do risco de cânceres associados ao HPV. Em Roraima, a expansão da vacinação beneficiará diretamente 245 usuários da PrEP, fortalecendo os esforços de saúde pública do estado para proteger a população contra essas graves condições de saúde.
O HPV é uma IST e está associada a verrugas nos órgãos genitais e ao desenvolvimento de câncer de colo do útero, vulva, pênis, anus e orofaringe. Além da transmissão sexual, a transmissão do vírus ocorre por contato direto com a pele ou mucosa infectada. Existem mais de 100 tipos, sendo pelo menos 14 cancerígenos, conhecidos como de alto risco.
No Brasil, a prevalência de papilomavírus humano teve avaliação do Estudo Epidemiológico sobre Prevalência Nacional HPV (POP- Brasil), que incluiu homens e mulheres entre 16 e 25 anos sexualmente ativos.
Como resultado, o quantitativo geral de HPV foi de 53,6%, sendo 35,2% com, no mínimo, um dos genótipos de alto risco. Dos entrevistados, 50,7% afirmou usar preservativos rotineiramente e 12,7% relataram a presença de uma IST prévia.
Uma forma segura e eficaz de prevenção da infecção é a vacinação. O SUS oferece o imunizante quadrivalente (HPV4), que protege contra as principais complicações da doença.
Atualmente, o público-alvo é composto por crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, no esquema de dose única; pessoas de 9 a 45 anos que vivem com HIV e Aids. Bem como pacientes oncológicos, pessoas com papilomatose respiratória recorrente (PRR), e transplantados com três doses; e pessoas de 15 a 45 anos de idade imunocompetentes vítimas de violência sexual. Com essas recomendações, o Brasil então é um dos países das Américas que mais ofertam a vacina.
Segundo a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), desde o início da vacinação contra o HPV no SUS, em 2014, 75,8% do público feminino tomou a primeira dose e 58,2% tomou a segunda em todo o Brasil. O registro de imunização do sexo masculino, que começou em 2017, está em 53,1% na primeira dose e 33,2% na segunda.
A ideia é intensificar a proteção contra o câncer de colo do útero e outras complicações associadas ao vírus. A estratégia segue as recomendações mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Com isso, a pasta praticamente dobra a capacidade de imunização dos estoques disponíveis no país.
A PrEP é uma das formas de prevenir a infecção pelo HIV, caso ocorra exposição ao vírus. Para isso, é necessário tomar diariamente uma pílula que contém dois medicamentos: tenofovir e entricitabina. No entanto, é importante ressaltar que a profilaxia pré-exposição não impede a infecção por outras ISTs.
Por fim, o medicamento é para pessoas a partir dos 15 anos, sexualmente ativas. E que apresentam risco aumentado para aquisição da infecção pelo HIV. Pode ser prescrita por enfermeiros, farmacêuticos e médicos da atenção primária à saúde ou dos serviços especializados. Atualmente, existem 939 unidades dispensadoras (UDMs) de PrEP em 540 municípios brasileiros.
Em março de 2024, aproximadamente 84.926 pessoas usavam a PrEP. Destes, 82% são homens que fazem sexo com homens, 3,2% mulheres trans e travestis, 6,7% homens cisgêneros heterossexuais e 5,8% mulheres cisgêneros.
Em 2023, o Governo Federal retomou temáticas como prevenção de violências e acidentes, promoção da cultura de paz e direitos humanos, saúde sexual e reprodutiva. Além de prevenção de HIV/ISTs nas escolas. De acordo com o Ministério da Saúde teve o recurso de mais de R$ 90 milhões para os municípios que aderiram ao Programa Saúde na Escola (PSE).
Fonte: Da Redação
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