Saúde

Com 2 mil óbitos, Roraima tem a terceira maior taxa de mortalidade por Covid-19

Dezoito meses após a primeira morte por Covid-19, Roraima figura como o terceiro estado da região Norte com a maior taxa de mortalidade pelo vírus.

Os dados do Ministério da Saúde, coletados até ontem (14), revelam, portanto, um número preocupante. A média de mortes, por exemplo, é de 331,2 para cada 100 mil habitantes.

Roraima só está atrás de Rondônia (368,4) e Amazonas (331,8). Em termos proporcionais, o índice no estado pode ser considerado alto.

Para calcular a média até ontem, o ministério levou em consideração 2.006 mortes registradas em Roraima. Contudo, a taxa pode ser ainda maior, já que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) confirmou mais 10 óbitos.

Conforme a Sesau, são 2.016 mortes e 126.300 casos de Covid-19. Como resultado, no cenário nacional, Roraima é o oitavo do país com a maior taxa de óbitos.

O número está muito além da estimativa do governador Antonio Denarium (PP), feita em junho do ano passado. À época, ele disse que Roraima registraria apenas 300 mortes pela doença até o fim da pandemia.

A declaração ocorreu após a compra superfaturada de 30 respiradores, em março de 2020, durante a primeira onda da pandemia.

A Sesau pagou antecipadamente R$ 6,4 milhões para a empresa CMOS Drake, mas os aparelhos nunca foram entregues. Isso fez o então secretário da Saúde Francisco Monteiro ser exonerado do cargo. 

Denarium disse que não sabia da compra e decretou intervenção jurídica na pasta. Além disso, exonerou diversos servidores. O caso segue em investigação na Justiça Federal.

Falta de medicamentos

Mas, a situação nos hospitais foi muito além do caso dos respiradores. Em março deste ano, o Roraima em Tempo mostrou famílias de pacientes internados por Covid-19 que precisaram ir até Manaus para comprar medicamentos.

A ida até o estado vizinho para comprar os insumos se deu pelo desabastecimento em Roraima. As famílias chegaram a comprar remédios no mercado clandestino, pois foi o único meio de consegui-los.

Entre os insumos em falta estavam sedativos e bloqueadores neuromusculares, essenciais para o tratamento e a sobrevivência dos pacientes.

Os familiares chegavam a desembolsar cerca de R$ 80 por ampola. Em um dos casos o paciente precisava de 80 delas para o tratamento.

Além disso, as campanhas de arrecadação de dinheiro, bem como as doações de medicamentos feita por familiares e amigos de pacientes intubados se tornaram recorrentes.

A Sesau prometeu devolver o dinheiro gasto pelas famílias, porém a medida foi alvo de críticas pela população.

É que na maioria dos casos, para comprar os remédios, os familiares não tinham receita, e adquiriam sem nota fiscal, documento exigido pela secretaria.

Leitos para Covid-19

Já em julho deste ano, a falta de leitos no Hospital Geral de Roraima (HGR), a principal unidade de tratamento da Covid-19 no estado, esteve na mira de denúncias.

Naquele mesmo mês, a Ordem dos Advogados do Brasil em Roraima (OAB-RR) enviou ao governo uma recomendação para ampliar os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no HGR.

No mesmo mês, a reportagem revelou que a unidade tinha leitos desativados, mesmo com o ‘colapso’ no sistema, citado pela OAB. Após as denúncias, o governo ampliou de 54 para 74 a quantidade de UTIs.

Em seguida, no mês de agosto, a Sesau fechou outros 24 leitos sob a justificativa de redução dos casos graves.

Contudo, funcionários da unidade classificaram a medida como “retrocesso”, pois, conforme eles, a demanda continua surgindo devido à pandemia.

Atualmente, o HGR tem 49 leitos, sendo que 14 deles estão ocupados. Dessa forma, a taxa de ocupação atingiu 29%.

Fonte: Da Redação

Samantha Rufino

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