Em seis meses, RR vacinou apenas 12,3% da população contra Covid

Roraima amarga a terceira posição entre as unidades; infectologista alerta para importância da vacina

Em seis meses, RR vacinou apenas 12,3% da população contra Covid
Roraima atingiu apenas 12,3% de cobertura vacinal – Foto: Sérgio Lima/Poder360

Em seis meses, Roraima vacinou apenas 12,3% da população com as duas doses ou a dose única contra a Covid-19. A campanha começou em janeiro deste ano.

Contudo, o patamar está bem abaixo dos outros estados. Assim, Roraima amarga a terceira posição entre as unidades federativas que menos vacinaram os moradores.

Ontem, Roraima atingiu 118.818 casos confirmados de Covid-19. O número de mortes já é de 1.830. Dessa forma, a vacina é o único caminho para conter a pandemia.

O Roraima em Tempo cruzou as estimativas populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com o número de doses aplicadas, disponibilizado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

Assim, foi possível identificar as cidades com as maiores coberturas vacinais. Em contrapartida, se observou ainda aquelas que correm contra o tempo para frear a pandemia através da vacinação.

São Luiz, por exemplo, é o município com a menor cobertura vacinal. Já Uiramutã, por outro lado, se aproxima dos 30% dos moradores totalmente imunizados.

Veja cobertura por município

CidadePopulação1ª Dose2ª doseDose únicaCobertura vacinal
Alto Alegre15.3808.4103.92310926,2%
Amajari13.1855.3833.0963023,7%
Boa Vista419.652142.08539.4668.11611,3%
Bonfim12.5576.1062.1816217,8%
Cantá18.7996.6912.35910313%
Caracaraí22.2836.0251.624537,5%
Caroebe10.3832.72799614010,9%
Iracema12.2962.838950928,4%
Mucajaí18.1726.4721.72918510,5%
Normandia11.5324.6672.344020,3%
Pacaraima18.9137.6163.03015116,8%
Rorainópolis30.78210.7372.6661379,1%
São João da Baliza8.3482.021702859,4%
São Luiz8.1101.14360707,4%
Uiramutã10.7894.9963.104028,7
RORAIMA631.181217.91768.7779.26312,3%

Boa Vista

Boa Vista registra baixa procura por vacina
Cobertura melhorou com ampliação de faixas etárias – Foto: Divulgação/Prefeitura de Boa Vista

As últimas semanas têm sido de uma batalha na capital. A princípio, a cidade com mais de 60% dos roraimenses viu a procura pelas vacinas frustar as expectativas.

Em seguida, para reverter o cenário, a prefeitura antecipou a vacinação para outros grupos. Mesmo assim, o público ainda não mostrou esforço para comparecer aos pontos de imunização.

Entretanto, o prefeito Arthur Henrique (MDB) comenta que os índices não são favoráveis. Com a vacina liberada a partir de hoje para os jovens de 18 anos, o objetivo é aumentar a cobertura.

“Na faixa etária [de 20 anos] a procura aumentou muito e percebemos uma conscientização dos mais jovens. Além disso, esta semana iniciamos a vacinação para quem tem 18 anos. Depois disso, vamos focar naqueles que ainda não se vacinaram, pois estamos com o percentual muito baixo”, disse.

Além disso, muitas pessoas não voltam para tomar a segunda dose. Sem o ciclo vacinal completo, a eficácia da vacina fica comprometida.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertou hoje sobre a necessidade de acelerar a campanha em Roraima. Ou seja, os baixos índices nos municípios indicam que o estado está longe dos 70% de cobertura exigidos.

Somente após alcançarem esse índice, o estado e as prefeituras podem pensar em flexibilizar os decretos com restrições de enfrentamento à pandemia.

Por que vacinar?

Roraima permanece com alta transmissão do vírus pela sétima semana seguida. Os dados são da Fiocruz, que analisa a cada duas semanas a situação dos estados.

No mês passado, a reportagem revelou que, frente à alta contaminação, Roraima tinha dificuldade em reduzir o número de mortes.

Por isso, o infectologista Domingos Sávio reforça a necessidade de tomar a vacina. Em outras palavras, a população não deve escolher um imunizante.

Ele disse também que, com o avanço da campanha, a tendência é que se reduza a circulação do vírus em Roraima. Dessa forma, a internação hospitalar deve diminuir.

“Outra vantagem é que as vacinas são muito eficazes para proteger contra a forma grave da doença. Então, com a imunização, reduziremos os óbitos e as pessoas internadas. Assim, nos aproximaremos da nossa vida ‘normal’”, disse.

De acordo com Domingos, os pacientes que pegaram o vírus e, até mesmo os vacinados, devem manter os cuidados para evitar novas contaminações.

Nesse sentindo, as orientações, então, são as mesmas desde o início da pandemia. Manter o distanciamento social, lavar as mãos com água e sabão, álcool em gel, e usar máscara.

“No Brasil, todas as vacinas disponíveis para prevenção contra o coronavírus são eficazes para proteger o paciente. O imunizante não te protege 100% contra o vírus, mas evita a forma grave. Não há riscos para a população, mesmo com os efeitos colaterais leves. Todos devem se vacinar, para o próprio bem e para a segurança das outras pessoas”, finalizou.

Por Josué Ferreira, Yara Walker

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