A empresa responsável por fornecer alimentação para 25 unidades de saúde em Roraima desistiu do contrato com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) por causa de diversos atrasos de pagamento que resultaram em uma dívida de R$ 12,4 milhões e na suspensão parcial do serviço.
Em ofício enviado à pasta em maio deste ano, a firma manifestou desinteresse na renovação do contrato, que vence no próximo dia 30 de agosto. À época, a dívida estava em R$ 10,9 milhões.
No documento, a empresa destaca que não possui mais condições financeiras de manter os serviços, assegurados até então através de recursos próprios.
Diante disso, a Coordenadoria Setorial de Licitação e Contratação (Coselc) pediu a convocação da segunda empresa colocada na licitação.
Procurada, a Secretaria da Saúde informou que está adotando todas as providências necessárias para garantir a continuidade da prestação de serviços nas unidades hospitalares.
CGU
Por conta da inadimplência da Sesau, a própria Controladoria Geral da União (CGU) notificou a pasta por meio de ofício no dia 11 de junho. O órgão de controle solicitou à secretária Cecília Lorenzon para que informasse por qual razão os recursos federais repassados ao Estado de Roraima não foram utilizados para a quitação dos serviços.
A empresa entrou com uma ação na Justiça para pedir o bloqueio das contas da Sesau que alcance ao menos 50% do valor total da dívida, ou seja, R$ 6,2 milhões. Isso para assegurar a continuidade do serviço.
Servidores e acompanhantes sem alimentação
A empresa teve ainda que suspender parcialmente o serviço de distribuição de alimentos nas unidades de saúde da capital e do interior nesta quarta-feira (3). Servidores e acompanhantes de pacientes internados ficaram sem alimentação e vários relatos sobre a situação chegaram à reportagem.
“Nós recebemos a notícia que não vai ter comida para os acompanhantes. Hoje de manhã [quarta-feira, 3] eles não trouxeram o café […] O Denarium não vai dar mais comida para os acompanhantes. Muita gente aqui não tem dinheiro para comprar comida. Eu mesma sou uma que não tenho”, denunciou a acompanhante de uma mulher internada no Hospital Geral de Roraima.
Além disso, uma plantonista do Pronto Atendimento Cosme e Silva, que preferiu não se identificar, disse que os funcionários não foram comunicados pela Sesau sobre a medida. “É revoltante. Estamos indignados […] O Governo simplesmente suspendeu a alimentação dos plantonistas em todas as unidades de saúde e não teve a decência de comunicar, de fazer um termo comunicando a todos os funcionários. Não teve essa empatia”, ressaltou a profissional.
Fonte: Da Redação