Empresa responsável por fornecer alimentação às unidades de saúde do Estado cobra da Sesau mais de R$ 10 milhões em dívidas

Por causa da inadimplência do Governo, a alimentação destinada aos funcionários foi comprometida

Empresa responsável por fornecer alimentação às unidades de saúde do Estado cobra da Sesau mais de R$ 10 milhões em dívidas
Registro da alimentação no refeitório do HGR – Foto: Reprodução

A empresa ISM de Gomes Matos, responsável por fornecer alimentação para 25 unidades de saúde da capital e do interior de Roraima, anunciou no último dia 15 de janeiro a suspensão parcial do serviço devido a uma dívida inicial no valor de R$ 10.083.184,07 do Governo.

Trecho do ofício enviado à Sesau

Conforme ofício enviado à Pasta, a dívida comprometeu o abastecimento do estoque de alimentação e, dessa forma, a empresa advertiu o Governo sobre a interrupção parcial do fornecimento dos alimentos para funcionários.

“Essa situação resultou no desabastecimento dos estoques da empresa, não havendo insumos alimentícios em quantidade suficiente para atender à demanda do contrato. Por esse motivo, comunicamos que, a partir do dia 15/01/2025 haverá o comprometimento da alimentação destinada a “funcionários” a qual será fornecida de modo parcial”, diz trecho do comunicado.

Ainda de acordo com o documento, a empresa relata que vem sendo surpreendida com costumes atrasos no pagamento. E que diversas vezes informou à Secretaria de Saúde do
Estado de Roraima (Sesau) sobre a situação solicitando providências.

“Diversas comunicações foram encaminhadas a diferentes setores da Secretaria de Saúde do Estado e a outros integrantes da referida administração, entretanto, não foram adotadas ações céleres e urgentes para solucionar a situação…Diante dessa inércia, chegamos novamente a um ponto de criticidade, que levará à ruptura da cadeia de abastecimento das unidades de saúde”.

Cobrança

O Roraima em Tempo teve acesso às cobranças feitas pela empresa ISM Alimentação e Serviços. Os valores reais da dívida, somados com os mais de R$ 10 milhões, chega a quase R$ 12 milhões em débitos. O período cobrado é de 1 a 31 de dezembro de 2024, com os seguintes valores:

  • R$ 20.934,20 – Hemocentro
  • R$ 495.688,64 – unidades capital lote 2
  • R$ 1.358.720,71 – unidades capital lote 1

Renovação

Em agosto de 2024, Sesau renovou o contrato de R$ 37.207.160,02 com a empresa, sendo válido até agosto de 2025. Ele consiste na prestação de serviços de preparo e distribuição de alimentação e transporte para atender pacientes, acompanhantes, servidores e doadores de sangue. Além do fornecimento, preparo e distribuição de fórmulas infantis para recém-nascidos das unidades de saúde da capital e interior.

Notificação

No dia 7 de janeiro, a Secretaria de Saúde notificou a empresa por fornecer somente um tipo de proteína (frango) e não fazer pesquisa de satisfação, descumprindo assim o contrato. A Pasta deu o prazo de cinco dias para que a firma se manifestasse a respeito.

Trecho da notificação

Denúncia

As reclamações e denúncias sobre as condições da alimentação servida aos pacientes e acompanhantes são corriqueiras. As principais são por falta de diversidade de proteínas, sabor e qualidade no preparo dos alimentos. Além disso, há relatos de atrasos na entrega das marmitas durante das três refeições básicas (café, almoço e jantar).

Nesta quinta-feira, 23, mais uma denúncia chegou à redação. Desta vez é a respeito da alimentação servida para os servidores do Hospital Geral de Roraima. De acordo com o depoimento, a comida é insuficiente, sendo composta apenas por arroz, feijão e peito de frango. Além disso, as reclamações dizem respeito às péssimas condições da cozinha e refeitório do Hospital. “Se você ver a cozinha e o refeitório onde os servidores e acompanhantes comem, dá até nojo”, disse a denunciante.

O que diz a Sesau

Procurada a comentar sobre o assunto, a Secretaria de Saúde disse que a alimentação destinada aos servidores em plantão está sendo fornecida regularmente, garantindo a oferta diária de carboidratos, vitaminas e proteínas no almoço e jantar.

Quanto à cobrança da empresa responsável pelo serviço, a Pasta esclareceu que, assim que o orçamento de 2025 for aberto, as notas fiscais seguirão o trâmite administrativo para pagamento.

Fonte: Da Redação

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