Enquanto empresa do senador Hiran recebe milhões do Estado, pacientes precisam recorrer à rede privada

Após anos de espera por uma cirurgia de catarata pela Sesau, uma paciente decidiu realizar um empréstimo para fazer o procedimento na rede particular

Enquanto empresa do senador Hiran recebe milhões do Estado, pacientes precisam recorrer à rede privada
Foto: Reprodução

No ano passado, a dona Irene dos Santos Lima falou com a TV Imperial sobre a espera de mais de 10 anos pelas cirurgias de catarata que precisava nos dois olhos. Na época, ela chegou a pagar mais de R$ 500,00 por uma bateria de exames e cogitava ir à Justiça em busca do procedimento.

“É muito chato a gente esperar uma consulta sem ter retorno, ter que ficar esperando eu ficar mais cega. Eu já estou quase cega”, disse a mulher à época da reportagem.

Mesmo após a exibição da matéria na TV Imperial, a demora continuou. E nesta semana, a paciente informou que chegou a ser encaminhada para uma clínica conveniada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas teve que fazer um empréstimo para passar pelas cirurgias na rede privada.

Contrato milionário com empresa de senador

Uma das empresas contratadas pelo Governo do Estado para realizar serviços de consultas oftalmológicas, exames diagnósticos, pré e pós-operatórios do aparelho ocular e cirurgias de catarata é a Proftalmo, do senador Hiran Gonçalves (Progressistas).

A primeira contratação da empresa na gestão de Antonio Denarium (Progressistas) foi em janeiro de 2020. Em setembro de 2022, a empresa mantinha um contrato de R$ 6 milhões para serviços que já eram oferecidos pela rede estadual. Em setembro do ano passado, um termo mostrava que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) contratou a mesma clínica por R$ 30 milhões.

Conforme o termo ao qual o Roraima em Tempo teve acesso, a pasta pagaria o valor à clínica durante um ano. Os serviços previstos também incluíam consultas, exames, assim como cirurgias do aparelho ocular.

No entanto, o Diário Oficial do dia 13 de novembro de 2023 mostra que o valor final tinha saltado para R$ 56 milhões. Conforme o documento do contrato, R$ 36,2 milhões seriam de recursos próprios do Estado e outros R$ 19,7 milhões de recursos federais.

Logo depois da publicação da reportagem, o valor do mesmo contrato caiu para R$ 8,8 milhões. A correção ocorreu no edição do diário do dia 23 de novembro do ano passado.

Fonte: TV Imperial

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