Falta de insumos no Hemocentro de Roraima compromete análises de sangue doado e atendimento de pacientes

Em ofício enviado à Sesau, a unidade afirma que o Hemocentro foi abastecido com os insumos de hemoterapia uma única vez em 2024, o que foi insuficiente

Falta de insumos no Hemocentro de Roraima compromete análises de sangue doado e atendimento de pacientes
Hemocentro de Roraima – Foto: TV Imperial

Há meses, o Hemocentro de Roraima sofre com o desabastecimento de insumos importantes. Nesta quarta-feira, 22, a diretoria da unidade enviou ofício à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) para informar sobre a situação, que tem causado prejuízo aos serviços prestados no local.

No documento ao qual a reportagem teve acesso, o Hemoraima expõe a falta de técnica em gel, um método usado pelos hemocentros para realizar exames pré-transfusionais e tipagens sanguíneas de forma mais rápida e precisa.

Conforme o ofício, a unidade solicita de forma mensal os insumos para atendimentos hemoterápicos, que são procedimentos que envolvem o uso do sangue e seus componentes para tratar diferentes condições médicas.

No entanto, segundo o documento, o Hemocentro foi abastecido com os insumos de hemoterapia uma única vez em 2024. Por conta disso, os profissionais que trabalham na unidade começaram a usar testes em tubo, que é uma técnica mais trabalhosa e tende a ter uma margem de erro maior. O ofício deixa claro que a troca compromete o serviço da equipe.

O ofício revela ainda que é o Hemocentro do Amazonas que vem cedendo, em forma de empréstimo, reagentes e soluções para realização de testes. De acordo com o documento, a medida evita que haja paralisação dos serviços aos pacientes e doadores de sangue.

“Faz-se necessário a reativação do abastecimento para sanarmos as dificuldades técnicas e evitar a suspensão/paralisação de atividades críticas para o atendimento hemoterápico”, conclui o Hemoraima.

O que diz a Sesau

Em nota, a Secretaria de Saúde disse que o laboratório de imuno-hematologia do Hemocentro de Roraima utiliza dois métodos para análises: tubos e gel. Atualmente o método em uso é o de tubos, que não interfere no processo ou no resultado dos exames. Conforme a Pasta, ambos os métodos oferecem a mesma eficácia e segurança, garantindo a qualidade necessária.

Além disso, a Sesau alegou que todas as análises passam por rigorosos testes de qualidade. E que a equipe técnica responsável é altamente qualificada para realizar os procedimentos de forma eficiente.

A secretaria acrescentou que os pacientes que precisam do serviço serão informados e convocados normalmente e informa que o Hemoraima está aguardando a entrega de materiais pela empresa contratada para voltar a oferecer os dois métodos de análise.

Falta de reagentes

Além da técnica em gel, o Hemocentro também enfrenta a falta de reagentes, material usado para testar e garantir a qualidade do sangue coletado.

O problema decorre de uma dívida de R$ 1,1 milhão da Sesau com a empresa fornecedora do insumo. A reportagem teve acesso a um ofício, emitido no dia 18 de dezembro, que mostra os débitos em aberto.

A falta de reagentes no Hemoraima já foi alvo de várias denúncias. O Ministério Público do Estado chegou a abrir uma investigação para apurar a situação. O órgão solicitou cópia do contrato da empresa e documentos que incluem as ordens de pagamento das faturas mensais de todo o ano de 2024.

Procurada para se manifestar, a Secretaria de Saúde alegou à época que o que houve foi um atraso na entrega dos reagentes utilizados no setor de Sorologia do Hemoraima, o que teria impactado temporariamente a testagem das bolsas de sangue. Além disso, afirmou que a situação estava sendo solucionada.

Fonte: Da Redação

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