Saúde

Fiocruz denuncia desvio de remédios contra malária para garimpeiros

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) denunciou ao Ministério da Saúde (MS) o possível desvio de remédios dos Yanomami contra a malária para garimpeiros ilegais no território indígena.

Por meio de nota divulgada à imprensa nesta segunda-feira (30), a Fiocruz afirmou enviou ofício para a Coordenação Geral de Assistência Farmacêutica e Medicamentos Estratégicos, da Secretaria de Ciências, Tecnologias e Insumos Estratégicos (MS).

“No dia 18 de janeiro, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) enviou um ofício […] para notificar o órgão a respeito de informações sobre a comercialização ilegal de um lote de medicamento (artesunato + mefloquina) produzido pelo instituto para o tratamento de malária. O medicamento em questão estaria sendo vendido por garimpeiro em localidade próxima ao território indígena yanomami”, informou a Fiocruz.

Conforme a Fiocruz, o lote foi integralmente entregue ao Centro de Distribuição e Logística do MS. A notificação por meio de ofício ocorreu como parte do protocolo interno. Dessa forma, o ofício tem a finalidade de informar o órgão responsável para que possa tomar as medidas que julgar cabíveis frente às informações, obtidas pela Fundação a partir de denúncia.

Questionado, o Ministério da Saúde informou que irá investigar junto aos órgãos competentes.

Desvio de verba de medicamentos

Uma operação da Polícia Federal deflagrada no dia 30 de novembro do ano passado apura o desvio de verba de medicamentos do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei-Y).

Pela falta destes remédios e insumos, muitas crianças morreram. A empresa que a PF investiga também é investigada por desvio de verbas da Covid-19 na Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). A firma até mudou de nome depois da repercussão da CPI da Saúde na mídia local, onde, do mesmo modo, passou por investigação.

Dsei-Y

A repercussão mundial da crise humanitária dos Yanomami em Roraima serviu para mostrar muitas omissões políticas no Estado. Mas, sobretudo, revelou a influência do senador Mecias de Jesus e de seu filho, o deputado Jhonatan de Jesus, ambos do Republicanos, no Dsei-Yanomami.

Conforme a apuração do Roraima em Tempo, os três últimos dirigentes do órgão são indicações desses dois políticos.

O mais polêmico deles foi Rômulo Pinheiro de Freitas, cuja indicação partiu de Jhonatan de Jesus. Ele teve a gestão marcada por cobranças e manifestações dos indígenas.

O período de sua administração do DSEI-Y sobre a proteção de Jhonatan, também coincide com o agravamento da crise dos Yanomami. Aumentou o número de crianças e adultos desnutridos, assim como o de mortes. E sendo assim, todos esses fatos divulgados massificamente pela imprensa roraimense.

Mas antes de Rômulo, Mecias havia indicado Francisco Dias Nascimento Filho. E depois de Rômulo, quem assumiu o DSEI-Y foi o ex-vereador de Mucajaí, Ramsés Almeida. Também indicação de Mecias de Jesus.

Fonte: Da Redação

Ian Vitor Freitas

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