Hospital de Mucajaí está ‘degradante’, avalia coordenadora do CRM

Entre os problemas encontrados pela equipe está a falta de água na unidade e infiltração na sala de descanso

Hospital de Mucajaí está ‘degradante’, avalia coordenadora do CRM
Registro do CRM mostra infiltração na sala de descanso – Foto: Divulgação/CRM

Em fiscalização no Hospital Estadual Vereador José Guedes, em Mucajaí, o Conselho Regional de Medicina (CRM) constatou péssimas condições na estrutura da unidade. O Conselho realizou a vistoria no último dia 18.

Ao Roraima em Tempo, a Coordenadora do Departamento de Fiscalização do CRM, Rosa Leal disse que a situação está ‘degradante’. Entre os problemas encontrados pela equipe está a falta de água na unidade e infiltração na sala de descanso.

“O médico vai para o plantão de 48h, 24h para tomar um banho de caneca porque não tem água. Então eles colocam água em um balde. Quando eles usam o banheiro, jogam a água na descarga no vaso. Está nessas condições. Conforto não existe lá”, relata.

Além disso, a coordenadora diz que a equipe médica improvisou uma sala para atender à população, pois a unidade está em reforma, o que ela avalia como um ‘ato heroico’.

“Eles estão atendendo, fazendo todo esforço pra tentar atender à população dentro do possível. Está tudo arrumado e limpo nessa sala que eles improvisaram”, conta.

Conforme Rosa Leal, a unidade também não tem condições e nem uma sala para internar pacientes. Por isso, os médicos apenas receitam medicamentos e pede que os pacientes voltem para casa.

“Se precisar de oxigênio, tem que colocar na ambulância e trazer para Boa Vista. Então, não tem condições de ficar lá de jeito nenhum”, avalia.

Sobrecarga de trabalho

No total, o hospital tem uma equipe de cinco médicos, porém a quantidade não é o suficiente para atender à demanda. O CRM estuda a possibilidade de denunciar o caso ao Ministério do Trabalho.

“O resultado disso é que a equipe não cobre, então eles deixam dois médicos durante o dia e um durante a noite. Como resultado é que se houver alguma emergência e precisar remover o paciente, ele não vai, pois o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] não leva sem médico. O médico não pode abandonar o hospital”, argumenta.

De acordo com a coordenadora, a situação pode até causar processos para os profissionais por omissão de socorro.

O CRM já enviou um relatório sobre o caso para o secretário estadual de Saúde, Leocádio Vasconcelos, para a Assembleia Legislativa do Estado e para o Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR).

Citada


A Secretaria de Saúde informa que aguarda o relatório do CRM, mas adianta que o Governo de Roraima iniciou a obra de reforma do Hospital Estadual de Mucajaí Vereador José Guedes Catão.

Neste momento estão sendo realizados os serviços preliminares, ou seja, a fase inicial com base no projeto elaborado para a edificação.

E ressalta que o Hospital não recebia nenhuma reforma há mais de 10 anos. A reforma que está em execução terá investimento de cerca de R$ 2,3 milhões o que vai garantir a revitalização total da unidade.

A Sesau reforça que tem realizado a contratação de mais profissionais de saúde, por meio de processos seletivos para ampliar a capacidade de pessoal nas Unidades incluindo a Unidade de Mucajaí, bem como a remoção para a Capital dos casos em que há a necessidade de acompanhamento mais complexo.

Fonte: Da Redação

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