A irmã de uma paciente, que não quis se identificar, procurou o Roraima em Tempo nesta terça-feira, 24, para denunciar suposta negligência no atendimento da Maternidade Nossa Senhora de Nazareth, no São Francisco.
A paciente tem diabetes tipo 2 e foi internada no dia 11 de agosto com glicemia alta. Na unidade, ela fez um ultrassom e descobriu que estava sem líquido amniótico, fluido que garante o desenvolvimento do feto durante a gestação. Desde então, segundo a denunciante, a equipe médica não dá informações sobre o estado do bebê ou sobre o caso da irmã, que atualmente tem 18 semanas de gestação.
“De lá para cá, eles nunca mais fizeram nada. Ela pediu ultrassom para ver se a criança já morreu, o que está acontecendo, e eles só falam que eles não podem fazer nada, que ela tem que esperar a decisão, porque a qualquer hora pode ter a notícia da morte. Mas aí eles não fazem nada, só medem a diabete e pronto”, disse.
A denunciante relata que a irmã já pediu para fazer um novo ultrassom, no entanto, foi informada de que terá que esperar. Agora, há mais de um mês internada, ela não sabe por quanto tempo mais vai ter que aguardar.
“Eles estão esperando as coisas se complicarem, porque ela disse que pediu para o médico bater o ultrassom, mas eles falaram que, no caso dela, eles não podem fazer nada. Ela tem que esperar”, explicou a irmã da paciente.
Desde a sua inauguração, no dia 6 de setembro, a unidade vem sendo alvo de várias denúncias, que incluem demora na realização de cesárea, falta de água, energia, oxigênio e cadeira para acompanhantes. Veja:
No dia 19 de setembro, o Conselho Estadual de Saúde fez uma visita ao local e constatou uma série de irregularidades, como falta de medicamentos e acessibilidade e aparelhos ainda sem funcionamento. O relatório completo com todas as informações ainda será elaborado e entregue à Sesau.
O Ministério Público de Roraima já está ciente das denúncias de falta de estrutura na maternidade, entregue às pressas pelo Governo do Estado. O órgão fiscalizador enviou uma nota ao jornalismo da Rádio 93FM e disse que vai solicitar informações da Direção da unidade.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou que todas as condutas adotadas no atendimento da paciente seguem os protocolos preconizados pelo Ministério da Saúde. Além disso, destacou o tempo de gestação da paciente, considerado de prematuridade extrema, o que exige monitoramento da mãe e do feto até atingir tempo seguro para o parto.
Além disso, a pasta ressaltou que a paciente apresenta comorbidades (hipertensão crônica) que precisam ser estabilizadas, e que as prescrições médicas ocorrem de forma diária, podendo a referida solicitar esclarecimentos do profissional que realiza o atendimento.
Ademais, a Sesau reforçou que qualquer denúncia relacionada à prestação de atendimento para pacientes e/ou acompanhantes deve ser imediatamente comunicada à Direção Geral ou Ouvidoria da Maternidade para adoção de providências.
Fonte: Da Redação
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