Justiça condena dirigentes da Coopebras por desvio de dinheiro público e impõe indenização de R$ 62 milhões

Conforme decisão, grupo usou a cooperativa para desviar recursos da Saúde, simulando plantões médicos e superfaturando contratos

Justiça condena dirigentes da Coopebras por desvio de dinheiro público e impõe indenização de R$ 62 milhões
Foto: Divulgação

A Justiça de Roraima condenou dirigentes da Cooperativa Brasileira de Serviços Múltiplos de Saúde (Coopebras) por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A sentença da juíza Daniela Schirato Collesi Minholi é desta terça-feira, 7.

Conforme a decisão, entre 2017 e 2020, o grupo usou a cooperativa para desviar recursos da saúde estadual, simulando plantões médicos e superfaturando contratos. A magistrada apontou que a Coopebras funcionava como “instrumento de fraude”, com estrutura voltada a ocultar o dinheiro desviado.

De acordo com a juíza, as fraudes causaram “grave prejuízo ao erário e violaram os princípios da administração pública”.

A Justiça determinou que o valor a ser pago pelos réus seja revertido ao Fundo Estadual de Saúde (Fundes).

Os acusados poderão recorrer em liberdade.

Relembre

A Coopebras era investigada por suspeita de desvio de dinheiro em contratos com a Secretaria de Saúde (Sesau). O valor chegava a R$ 30 milhões, de acordo com a Polícia Civil.

Conforme as investigações, a Sesau pagava R$ 332.197,50 por mês de maneira ilegal para a Coopebras.

Algumas despesas irregulares são: R$ 9 milhões em demandas trabalhistas sem vínculo com a Secretaria de Saúde; R$ 4 milhões em treinamento e capacitação de profissionais, mesmo com parecer contrário do Tribunal de Contas; bem como R$ 664,3 mil de Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

O Tribunal de Contas de Roraima (TCE-RR) também apurou o caso. Em agosto deste ano, o órgão condenou os dirigentes Edivaldo Pereira Vieira e Dimião Weber Zabolotsky a devolver R$ 2,1 milhões por plantões médicos não realizados no Hospital de Rorainópolis.

Dirigentes da Cooperativa tentaram suspender a ação penal movida contra os envolvidos no caso. No entanto, o desembargador Leonardo Cupello negou o pedido.

Fonte: Da Redação

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