Estrutura improvisada da maternidade caída após chuvas - Foto: Divulgação
Há dois anos e dois meses, as pacientes da Maternidade Nossa Senhora de Nazareth, foram transferidas para uma estrutura improvisada no bairro 13 de Setembro, zona Oeste de Boa Vista. Para abrigar as mães, o Governo do Estado alugou tendas e lonas pelo valor de R$ 10 milhões.
À época, o governador Antonio Denarium (PP) prometeu que a situação duraria apenas cinco meses, até a conclusão da reforma da unidade. O que não aconteceu.
Em setembro de 2021, houve um reajuste de 18% no aluguel da estrutura, e a Secretaria de Estado da Saúde passou a pagar R$ 12 milhões.
No ano seguinte, o Governo do Estado renovou o contrato por mais 12 meses e aumentou o valor para R$ 13 milhões.
E, mais uma vez, em agosto deste ano, a Sesau renovou o contrato, também pelo montante de R$ 13 milhões. Dessa forma, a estrutura de tendas e lonas já custa o valor total de R$ 38 milhões aos cofres públicos. Ou seja, chegou ao custo total da reforma geral do prédio da Maternidade Nossa Senhora de Nazareth no bairro São Francisco, que é de R$ 38,5 milhões.
Uma solução temporária de apenas cinco meses, se tornou um pesadelo para muitas mulheres ao longo de dois anos. Nesse período, muitos episódios assustaram a população, contribuindo para um cenário de calamidade.
Em fevereiro deste ano, por exemplo, a imprensa divulgou que 28 bebês morreram na unidade somente nos primeiros 37 dias do ano.
Além disso, em julho, uma denúncia no Ministério Público (MPRR), Conselho Regional de Medicina (CRM-RR) e na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa (ALE-RR) apontou que três crianças morreram, possivelmente, por falta de diálise.
Conforme o relato, houve demora para a realização do procedimento em dois recém-nascidos. Já o terceiro caso, foi utilizado um catéter para adulto, o que não é adequado para crianças.
A estrutura improvisada causa muitos transtornos às mães, acompanhantes e servidores da unidade. Durante o período chuvoso, a água invade o local pelo teto, deixando vários locais alagados.
Em agosto e setembro do ano passado, diversos vídeos circularam nas redes sociais sobre a situação. Em um deles, funcionários se preocupam com a quantidade de água que entra através das lonas.
Em outra ocasião, o alarme de incêndio da maternidade disparou após a unidade ser atingida por uma forte chuva. Veja:
A superlotação na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth é um dos maiores problemas relatados pelas pacientes da unidade. A situação chegou a causar desespero em uma mãe, que virou notícia ao viralizar um vídeo nas redes sociais.
É o caso da Gabriela Almeida, de 28 anos, Ela mora em Pacaraima e estava com 41 semanas e seis dias de gestação quando as imagens foram gravadas. No chão, ela implorava para que os médicos realizassem a cesárea.
Com a repercussão das imagens, a secretária de Saúde, a advogada Cecília Lorezon, criticou gestantes que procuram atendimento na unidade. Em um grupo de WhatsApp, a titular respondeu uma reportagem sobre a superlotação da maternidade. No comentário, ela negou a situação e, além disso, afirmou que há pessoas que “se prestam a dar show”, referindo-se à Gabriela.
Outra situação que chama a atenção da população é a falta de higiene do local. O Roraima em Tempo já chegou a receber denúncia sobre a presença de ratos na unidade. Os servidores capturaram um deles.
Da mesma forma, outro vídeo enviado por uma paciente mostra larvas e baratas em um banheiro e uma enfermaria da maternidade.
Fonte: Da Redação
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