Ministério da Saúde entregou 7 novos Polos Base nas comunidades de Kayanaú, Homoxi, Hakoma, Ajaraní, Haxiú, Xitei e Palimiu. Dessa forma, reabriu 100% dos serviços de atendimento no território Yanomami. Com isso, 5,2 mil indígenas foram beneficiados.
No início de 2023, os serviços no Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Yanomami e Yekuana estavam comprometidos pelo garimpo ilegal e pela destruição das estruturas de saúde na região. Com a reabertura, as equipes de saúde puderam retornar a essas localidades.
Essas informações constam em relatório atualizado do ministério – o Informe 6 do Centro de Operação de Emergências (COE) Yanomami, publicado nesta quarta-feira (11). O documento apresenta uma análise comparativa dos seis primeiros meses de 2023 e 2024.
Construções
O relatório também aponta que a pasta construiu 6 novas Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSIs) entre abril e junho de 2024, totalizando 40 UBSIs em funcionamento no território indígena. As comunidades também passaram a contar com 1.759 profissionais, quase o triplo do que havia no início de 2023. Entre os profissionais, estão cirurgiões-dentistas, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e, além disso, agentes de combate às endemias (ACEs).
Conforme o Ministério da Saúde, a ampliação da rede de saúde resultou no aumento da cobertura de vigilância alimentar e nutricional em crianças menores de 5 anos, que passou de 5.997 para 6.084. Isso permitiu maior captação de crianças com déficit nutricional, possibilitando diagnósticos qualificados e tratamentos oportunos, prevenindo o agravamento da desnutrição. De janeiro a junho de 2023, 90 pessoas se recuperaram do déficit nutricional nos estabelecimentos de saúde; no mesmo período de 2024, esse número mais que dobrou – subiu para 196.
As melhorias também refletiram na vacinação: o número de doses aplicadas cresceu 58%, passando de 16.845 no primeiro semestre do ano passado para 26.741 no mesmo período deste ano.
Aumento do diagnóstico
O MS também intensificou o combate à malária. A doença, de fácil diagnóstico, é um desafio para a população indígena, que anteriormente não tinha acesso regular a serviços de saúde. Com a reabertura dos polos, o número de exames realizados no primeiro semestre de 2024 (136.282) aumentou 73% em comparação ao mesmo período de 2023 (78.777). Assim, os casos notificados subiram de 14.450 para 18.310 em 2024.
Do mesmo modo, a ampliação da presença de profissionais de saúde no território indígena também permitiu intensificar a busca ativa, monitorar casos e ampliar atendimentos a pacientes com infecção respiratória aguda (IRA). No primeiro semestre de 2024, os atendimentos cresceram 268% em relação a 2023, passando assim de 3.113 para 11.484. Esse aumento também se deve ao surto de infecção respiratória registrado no Amazonas e em Roraima no início deste ano. A taxa de letalidade por síndromes respiratórias caiu de 1,3% no primeiro semestre de 2023 para 0,2% no mesmo período de 2024.
Água potável, logística e internet
A dificuldade de acesso à água potável, que compromete ações de saúde e aumenta o risco de doenças diarreicas, também está sendo enfrentada. Entre 2023 e 2024, o Ministério da Saúde construiu ou reformou 23 sistemas de reservatórios elevados, reativou ou manteve 25 sistemas existentes e implantou 28 sistemas de abastecimento de água no território.
No mesmo período, a conectividade no território Yanomami também avançou, com um aumento de 66% nos links de internet, passando de 24 para 40. O suporte logístico quase dobrou o número de transportes de pacientes indígenas para unidades de saúde de referência, de 1.083 no primeiro semestre de 2023 para 2.042 no mesmo período de 2024. Os deslocamentos foram realizados por via aérea, terrestre e fluvial.
Qualificação permanente
Entre 2023 e 2024, 88 qualificações foram realizadas para profissionais de saúde. Inicialmente voltadas ao manejo de situações emergenciais, este ano os treinamentos passaram a incluir iniciativas estruturantes, com a criação do Núcleo de Educação Permanente. Isso permitiu aprimorar a assistência e o manejo clínico, respeitando as especificidades culturais da população local.
Todos esses esforços do Governo Federal para melhorar a saúde no território Yanomami resultaram na redução do número de mortes de indígenas. Dados preliminares apontam que os óbitos caíram 27% se comparados os primeiros seis meses de 2024 e 2023. As mortes reduziram de 213 para 155. Houve quedas significativas nas mortes por infecções respiratórias agudas (53%), desnutrição (68%) e malária (35%).
Fonte: Da Redação