O Ministério da Saúde vai ofertar um novo tratamento contra a malária. O medicamento artesunato + mefloquina, também conhecido como ASMQ, será usado em crianças, sobretudo indígenas Yanomami. Ele é produzido no Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), uma unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A nova estratégia consiste em tratamento oral por três dias em dose única diária. Esta é uma das ações da pasta na semana em que se celebra o Dia Mundial da Luta contra a Malária.
O ASMQ já está disponível para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS), indicado para casos agudos da doença. Somente no ano passado, foram fabricadas 254,4 mil unidades do medicamento.
Considera-se o remédio o mais eficaz no combate à malária causada pelo parasita Plasmodium falciparum. Ele associa as substâncias cloridrato de mefloquina e artesunato, antes administradas separadamente contra a doença.
A combinação resulta em baixos índices de efeitos colaterais, maior adesão dos pacientes e utilização de menores doses de comprimidos, possibilitando uma cura mais rápida. Na terapia convencional, à base de quinino, um adulto pode ingerir até 24 cápsulas diariamente. Com o ASMQ, são apenas seis, em dose fixa. No caso das crianças, principais vítimas da malária, fabrica-se na forma líquida.
O diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça, explica que a facilidade do uso é um avanço estratégico para o controle da doença. “O tratamento é simples, mais curto e com menos efeitos colaterais. No primeiro dia, o paciente já sente melhora acentuada. Na minha avaliação, nos últimos 15 anos, esse é o maior avanço no tratamento da malária, pela facilidade da adesão e, em especial, a velocidade da recuperação”, comenta.
Jorge salienta que a regulamentação do tratamento no Brasil ocorreu após esforço do Ministério da Saúde. O tratamento surgiu em 2008 em um consórcio internacional e acumula grande sucesso em países africanos.
Ainda no enfrentamento da Malária, o Ministério da Saúde aprimorou a capacidade de atendimento no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami e na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) em Boa Vista (RR).
A ação, realizada de 19 de março a 19 de abril, incluiu capacitação sobre o tratamento com foco na implementação da tafenoquina, que teve a incorporação no SUS anunciada em junho de 2023.Cerca de 215 profissionais de saúde se capacitados.
A tafenoquina também é um tratamento de dose única de dois comprimidos para pessoas com mais de 16 anos de idade. Utiliza-se ela nos casos novos de infecção por Plasmodium vivax, tipo mais comum de malária no Brasil. A implementação do medicamento iniciou em março de 2024 no DSEI Yanomami.
A pasta classifica os adoecimentos por malária como situação de emergência em saúde pública. Neste ano, o Brasil registrou 7,5 mil casos da doença.
Fonte: Da Redação
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