Na manhã desta sexta-feira (3), a família da paciente, Íris Karla Lima Trajano, entrou em contato com a reportagem para relatar mais um caso de negligência médica na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth. A mulher realizou uma cirurgia cesariana e teve complicações, após uma perfuração no intestino.
De acordo com o marido de Íris, Cláudio Cabral, a situação começou no dia 11 de abril, momento que eles deram entrada na maternidade. Na ocasião, ele relatou que ao chegar na unidade, a encaminharam para a sala de cirurgia, para a cesária.
“Não permitiram a minha entrada e pediram para eu aguardar lá fora, na recepção, que quando o nenê nascesse eles iam me avisar. Ela entrou às 15h40 da tarde e teve o parto às 17h50. Eu achei estranho não me informarem nada, procurei a recepção e perguntei sobre minha esposa. Eu só fui saber dela, às 22h”, disse.
Conforme Cláudio, após descobrir que a mulher tinha passado por cirurgia, recebeu também a informação que a equipe médica havia encontrado um cisto no ovário da sua esposa.
“Me disseram que na hora que foram tirar o cisto, o ovário direito dela veio junto, mas nem eu e nem ela vimos isso acontecer. Depois disso, o médico veio e disse que ela tinha que passar sete dias na maternidade, sob os medicamentos. No sétimo dia a minha esposa teve alta, chegou em casa e ela continuou mal, vomitando e começou a fazer necessidade pela vagina, uma coisa que eu nunca vi na minha vida”, relatou Cláudio.
Mulher foi encaminhada para o HGR
Preocupado com o estado de saúde da esposa, Cláudio então retornou com ela, para a maternidade. “Voltamos para a maternidade novamente. Eles fizeram um exame de ultrassonografia vaginal, onde localizaram uma perfuração no intestino, aonde havia fezes. Um médico viu a situação e chamou um cirurgião, que encaminhou ela para o HGR [Hospital Geral de Roraima]”, contou.
No dia 25 de abril, levaram a mulher para o HGR. Os médicos iniciaram mais uma cirurgia para corrigir o problema no intestino.
“Ela foi direto para o centro cirúrgico, onde teve queda de pressão, impossibilitando a conclusão da cirurgia. Hoje ela está entubada e na UTI [Unidade de Terapia Intensiva], em caso grave. Na maternidade me informaram que o caso era simples, mas hoje minha esposa se encontra entre a vida e a morte, está nas mãos de Deus”. E complementou: “O que eu quero é justiça. Que as autoridades venham olhar para a saúde e para as pessoas. Que eles venham responder pelo erros cometidos”, finalizou.
Citada
Em notas a Secretaria de Saúde (Sesau), disse que ao tomar ciência do fato, imediatamente determinou abertura de procedimento para apuração da conduta médica.
O HGR encaminhou o processo à Direção Clínica da unidade hospitalar para avaliação, e, simultaneamente ao Conselho de Ética Médica do CRM-RR para apurar se houve imperícia ou negligência médica e, assim, adotar as devidas medidas corretivas.
Sobre o prontuário da paciente, os familiares de primeiro grau (pais ou esposo) devem solicitar formalmente no Serviço de Arquivamento Médico.
A Sesau afirmou ainda que não pactua com má conduta profissional nas unidades hospitalares e informa que todas as medidas foram adotadas para o devido esclarecimento dos fatos e a responsabilização. E orientou aos familiares a formalizarem a reclamação na Ouvidoria da unidade hospitalar.
Fonte: Da Redação