Governador Antonio Denarium - Foto: Fábio Calilo/Arquivo Roraima em Tempo
O Governo de Roraima fez uma publicação nessa segunda-feira (9) nas redes sociais sobre as cirurgias eletivas e despertou as críticas da população.
Dezenas de pessoas reclamaram do serviço oferecido pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Uma seguidora afirmou que a publicação é uma politicagem.
“Que lindo essa politicagem. Fizeram as cirurgias e os pacientes voltando, porque as cirurgias tudo sendo feita as pressas. Uma porcaria. Estou aqui em um quarto com mais de 10 pacientes de retorno por coisas feitas como porcaria. Parem de ficar colocando essas coisas bonitas aí que a gente aqui sofrendo em cima de uma cama”, relatou.
A mulher relatou ainda que teve complicações após a cirurgia. Além disso, ela contou que aguarda há quase um mês por um novo procedimento.
“Eu estou aqui sofrendo por causa de uma cirurgia mal feita e estão só enrolando para operar de novo. Vou completar mês aqui já”.
Além do comentário, várias pessoas também reclamaram da demora para a realização da cirurgia. Uma delas afirmou que fez o recadastramento, mas nunca a contataram depois disso.
Outra reclamação é que muitas pessoas também disseram que não têm informações sobre o andamento das suas cirurgias.
Em fevereiro desse ano, o governo já contabilizava quase nove mil pessoas na fila de espera das cirurgias eletivas.
Quando Antonio Denarium (PP) assumiu o governo, havia cerca de 5 mil pessoas na fila de espera. Os casos acumularam durante sua gestão.
Nada foi feito em 2019, primeiro ano de mandato. Por outro lado, em 2020 e 2021, o Executivo afirma que a pandemia impossibilitou as cirurgias.
Em contrapartida, no início de 2022, os casos de Covid-19 tornaram a crescer e centenas de casos foram registrados todos os dias. Mesmo assim, o governo, que antes justificava a pandemia como empecilho, finalmente iniciou um mutirão.
Para isso, a Sesau contratou a empresa Slim Gestão de Serviços de Saúde Médica LTDA para o fornecimento de mão de obra médica. O valor do contrato é de R$ 6 milhões.
Para iniciar as cirurgias, o governo realizou um recadastramento. O governo chegou a lançar um aplicativo o “Zera Fila” para que as pessoas se recadastrassem.
Logo depois, a Sesau convocou os pacientes para que fizessem o cadastro de forma presencial.
No dia 04 de março, o Ministério Público de Roraima (MPRR) recomendou ao Governo de Roraima que aumentasse a publicidade sobre recadastramento.
Assim, o MPRR entendeu que a falta de publicidade poderia deixar pessoas fora da fila de espera.
De acordo com o promotor de Justiça de Defesa da Saúde, Igor Naves, os pacientes tinham prazo para apresentar documentação e corriam o risco de não entrarem na lista que define a fila única.
“Nossa preocupação é que não haja mais prejuízos àquelas pessoas que já aguardam há meses ou anos uma cirurgia”, disse Naves.
Na última convocação, a Sesau, afirmou que os pacientes que não comparecerem poderiam ter o nome excluído da fila do SUS.
A reportagem procurou a Sesau e pediu posicionamento sobre os comentários nas redes sociais do governo. Por meio de nota, a secretaria disse que zerar a fila única do SUS é uma metas do governo, por isso disse que realiza investimentos na saúde do estado.
Com relação a reclamação da paciente citada na reportagem, a Sesau informou que a mesma passou por uma nova avaliação e o seu procedimento cirúrgico está agendado para esta quarta-feira (11).
Fonte: Da Redação
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