As famílias de pacientes domiciliares denunciaram à reportagem que estão há quase dois meses sem receber dieta enteral, alimentação líquida administrada por uma sonda, fornecida pelo Governo do Estado.
Jussara Soares é filha do paciente Marcos Soares, 52 anos, que segue em estado vegetativo após sofrer um acidente no local de trabalho.
Ao Roraima em Tempo, a mulher relatou que cuidou do pai durante um ano e seis meses no Hospital das Clínicas (HC).
Em julho deste ano, ele teve alta com o laudo médico nutricional para receber alimentação pela Coordenadoria Geral de Assistência Farmacêutica (CGAF). Contudo, o paciente parou de receber o benefício devido à falta de estoque.
“Meu pai caiu de uma escada e ficou neste estado. Eu cuido dele desde então e ele precisa desse tratamento. Mas, o estoque de dieta enteral está zerado. Precisamos de ajuda e o que ficamos sabendo é que o governador quer parar de fornecer esse alimento, já vai fazer mais de um mês que essa alimentação não está sendo fornecida e é de responsabilidade do estado ”, disse.
De acordo com Jussara, por causa do alto custo da dieta, a família pediu doações para continuar alimentando Marcos.
“Uma caixa de 1 litro dessa alimentação custa R$ 37 e essa caixa dura apenas 1 dia. Uma caixa com 12 unidades custa 480 R$ e dura apenas uma semana. Isso foge da minha realidade, pois no momento não trabalho por conta dos cuidados com meu pai. Ele também não recebe nenhum tipo de benefício. Outras pessoas também fazem uso dessa alimentação”, disse.
A mulher informou ainda que procurou a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) diversas vezes para esclarecer a situação, mas não recebeu resposta.
“Procurei a Sesau, procuramos deputados e até mesmo o próprio governador [Antonio Denarium] disse que ‘o Estado tem feito a sua parte sem alteração[…] o atendimento domiciliar é de responsabilidade dos municípios’”, contou.
Depois disso, ela procurou a Superintendência de Assistência Farmacêutica do Município e foi informada que eles não distribuem a alimentação para adultos , apenas para crianças até os 13 anos.
Da mesma forma, Antonia Marques, filha dos pacientes Leno da Silva e Antônia da Silva, disse que eles estão sem o benefício.
Antonia mora em São João da Baliza, Sul de Roraima, e cuida dos pais sozinha. Por causa da falta de alimentação para os pais ela decidiu se mudar para Boa Vista.
“Não temos condições de arcar com os custos. Somos do interior, estamos aqui morando de aluguel. O pai sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e ficou com paralisia. Por um ano cuidei dele no HC e depois ele veio para casa, mas meu pai depende dessa dieta. Da mesma forma, minha mãe não anda e está de cadeira de rodas. É uma situação complicada”.
Devido à situação, ela espera que o Governo do Estado volte a fornecer o benefício para os pacientes.
“Estamos lutando para que o Governo volte a fornecer essa dieta, pois não temos condições de pagar por essa alimentação”, disse.
O Governo do Estado disse que a situação deve ser regularizada entre 8 e 10 dias. Conforme a Sesau, a Pasta aderiu a uma ata de registro de preço do estado do Pará com intuito de adquirir nutrição enteral e aguarda o recebimento.
A Sesau disse ainda que outro contrato foi aditivado em 25% e a empresa está dentro do prazo de entrega. Paralelamente, está na Comissão Setorial de Licitação (CSL) uma nova licitação para contratar nutrição enteral que vai suprir toda a necessidade existente”.
Por outro lado, a Prefeitura de Boa Vista informou que município é responsável por essa alimentação no Hospital da Criança Santo Antônio, e que a unidade está abastecida. Além disso, o atendimento ao público adulto não compete ao executivo municipal.
Fonte: Da Redação, Rádio 93FM
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