Um levantamento realizado entre março de 2021 e setembro de 2022 nos principais centros urbanos dos seis estados da Amazônia revelou que os peixes de toda a região estão com níveis de mercúrio acima do limite seguro estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os dados mostram que os piores índices estão em Roraima, com 40% dos peixes contaminados. Em seguida, aparece o Acre com 35,9%.
Já os menores indicadores estão no Pará, com 15,8%, e no Amapá, com 11,4%. Na média, 21,3% dos peixes comercializados nas localidades e que chegam à mesa das famílias na região amazônica têm níveis de mercúrio acima dos limites seguros.
Além disso, em todas as camadas populacionais analisadas no estudo, a ingestão diária de mercúrio excedeu a dose de referência recomendada.
O município mais crítico é o Rio Branco (AC), que ultrapassou o potencial de ingestão de mercúrio, de 6,9 para 31,5 vezes. A dose de referência é indicada pela Agência de Proteção Ambiental do governo norte-americano (EPA), que é de 0,1 microgramas por dia.
Em Roraima, o segundo estado mais crítico, o potencial de ingestão de mercúrio extrapolou de 5,9 a 27,2 vezes a dose de referência. As mulheres em idade fértil estariam ingerindo até oito vezes mais mercúrio do que a dose indicada. Já as crianças de 2 a 4 anos, até 27 vezes mais do que o recomendado.
As informações são de um estudo promovido pelo Instituto Socioambiental (ISA), Fiocruz, Greenpeace Brasil, Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Instituto Iepé e WWF-Brasil. O levantamento buscou avaliar o risco à saúde humana em função do consumo de peixes contaminados. Dessa forma, as instituições visitaram diversos mercados e feiras em 17 cidades amazônicas, no qual compraram e as mostras utilizadas nesta pesquisa.
Conforme o coordenador do Programa de Gestão da Informação do Iepé, Decio Yokota, a pesquisa mostra os riscos que o uso de mercúrio nas atividades garimpeiras possuem à segurança alimentar da região amazônica.
“Este é o primeiro estudo que avalia os principais centros urbanos amazônicos espalhados em seis estados. Ele reforça um alerta para um assunto já conhecido, mas não resolvido, que é o risco à segurança alimentar na região amazônica gerado pelo uso de mercúrio na atividade garimpeira. É preocupante que a principal fonte de proteína do território, se ingerida sem controle, provoque danos à saúde por estar contaminada”, ressaltou.
Os pesquisadores avaliaram 1.010 exemplares de peixes, de 80 espécies distintas, comprados em mercados, feiras e diretamente de pescadores para simular o dia a dia dos consumidores locais.
Do total geral da amostra, 110 eram peixes herbívoros, 130 detritívoros, 286 onívoros e 484 carnívoros. Os carnívoros, mais apreciados pelos consumidores finais, apresentaram níveis de contaminação maiores que as espécies não-carnívoras.
A análise comparativa entre espécies indicou que a contaminação é 14 vezes maior nos peixes carnívoros, quando comparados aos não carnívoros. Por isso, o estudo faz uma indicação de consumo para as principais espécies de peixes amostradas, considerando o nível de contaminação e a localidade.
Fonte: Da Redação
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