Sem atendimento pela Sesau, mulher com suspeita de câncer no útero viaja para fazer tratamento na Guiana

Paciente procurou a maternidade para fazer uma histeroscopia, contudo, recebeu a informação que o procedimento que pode custar no mínimo R$ 15 mil não é feito pela rede estadual

Sem atendimento pela Sesau, mulher com suspeita de câncer no útero viaja para fazer tratamento na Guiana
Maternidade funciona provisoriamente sob tendas e lonas no 13 de Setembro – Foto: Gabriel Cavalcante/Roraima em Tempo

Familiares de uma mulher com dores e forte sangramento uterino, entraram em contato com a reportagem da 93 FM para denunciar a falta de um exame chamado ‘histeroscopia com biópsia’ pela rede de Saúde Estadual (Sesau). O procedimento é capaz de diagnosticar se a paciente tem câncer no útero ou qualquer outra alteração. Contudo, sem o exame e sem diagnóstico, a mulher tem sofrido desde o ano passado.

Entenda

De acordo com Ezelio Silva, a esposa foi diagnosticada com pólipos no endométrio. Por isso procurou a Maternidade Nossa Senhora de Nazareth, bem como a própria Sesau em busca do exame.

“Desde o ano passado, fomos várias vezes na maternidade, então, a médica nos falou que o exame não é feito pela Sesau, somente no particular e custa em torno de R$ 30 mil. Minha esposa precisava fazer a biópsia para saber se o pólipo que ela tem era benigno ou maligno”, explicou.

‘Risco de morte’

Do mesmo modo, Ezelio explicou que, em razão do sangramento, a esposa corria risco de morte. Ela chegou até buscar tratamento no Mato Grosso do Sul, com a ajuda de outras pessoas. No entanto, só conseguiu tratar com medicações, já que teria que ficar um ano fora de casa. Agora, a mulher viajou para o país vizinho onde conseguiu vaga para realizar o procedimento.

“Ela corria risco de morte. E a minha revolta é este desgoverno que está aí. Nossa saúde está precária. Então tenho que abrir mão do meu país para ir para outro, sendo que é papel fundamental do Governo ofertar saúde”, desabafou.

Revolta

Da mesma forma, Ezelio falou sobre a revolta em não ter acesso a um serviço de qualidade na saúde do Estado.

“É revoltante, pagamos nossos impostos, há recursos para a saúde […] era papel do Governo com lona ou sem lona eles terem mais cuidado. Estou de mãos atadas. Minha esposa é a minha vida, então a gente fica como o coração na mão e preocupados. A médica da Guiana nos disse que a situação dela é grave por isso disse que devíamos fazer algo rápido por ela. […] é um risco ir para outro país, outra língua, mas foi o que Deus nos deu e o que eu encontrei para solucionar o problema. Um sangramento é desesperador”, disse.

Procurada a se manifestar, a Sesau solicitou o comparecimento da paciente no Centro de Referência de Saúde da Mulher na quarta-feira, dia 31, às 9h, para mais esclarecimentos acerca do quadro clínico.

Fonte: 93FM/Jornalismo

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