Os servidores terceirizados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) denunciaram que estão com o pagamento de fevereiro atrasado. Por conta disso, eles pretendem paralisar os trabalhos.
Os funcionários prestam serviços de limpeza na maternidade do governo por meio da empresa União Comércio e Serviços.
“São centenas de pais e mães de família que já estão passando necessidade”, disse um dos denunciantes que preferiu não se identificar por medo de represálias.
“Falaram que a previsão de pagamento era para hoje. Agora já estão falando que não tem previsão porque, segundo eles a Sesau ainda não pagou a fatura desse mês”, disse outro funcionário. Ele também não quis se identificar por medo de perseguição.
A redação entrou em contato com s Sesau que informou que a nota fiscal de fevereiro foi devidamente emitida e que foram encaminhadas para ordem bancária e pagamento.
A empresa e Sesau
A União Comércio e Serviços Ltda tem como sócios os irmãos Gilmar Pereira de Araújo e Antônia Pereira de Araújo. Eles são parentes diretos do senador Mecias de Jesus (Republicanos).
De acordo com denúncia enviada à redação os irmãos Gilmar e Antônia Pereira de Araújo mantêm uma vida muito simples, que não condiz com o volume de dinheiro recebido pela empresa.
Em reportagem publicada em dezembro de 2018, o Roraima em Tempo mostrou que Gilmar residia em São João da Baliza. Além disso, ele vivia, na época, da atividade agropecuária. Em uma das fotos encaminhadas à redação, é possível ver sua esposa almoçando em uma residência muito humilde.
O mesmo acontecia com a sócia Antônia Pereira que residia em uma casa simples no bairro Cambará.
Por outro lado, pesquisas feitas no Diário Oficial do Governo mostram que a empresa pode ter recebido mais de R$ 100 milhões entre 2014 e 2020 do Governo do Estado.
Nesse período, Mecias era aliado da então governadora Suely Campos. Mas depois passou a apoiar Antonio Denarium (PP) que foi eleito governador em 2018.
Empresa investigada
A firma mantém contrato com a Sesau e acabou sendo investigada na CPI da Saúde. É que ela já tinha contrato firmado para limpeza da maternidade desde 2016. No entanto, no Diário Oficial do Estado de 30 de abril de 2020, constava um termo aditivo que permitia que a empresa recebesse mais R$ 5 milhões para realizar o mesmo serviço.
Desse modo, a investigação desse contrato, inclusive, contribuiu para um pedido de impeachment do governador Antônio Denarium.
Fonte: Da Redação e Rádio 93FM