Saúde

Sesau corta plantões de servidores do Hospital das Clínicas

Servidores e acompanhantes de pacientes procuraram a reportagem nesse sábado (17) e denunciaram o corte de plantões extras dos profissionais de saúde do Hospital das Clínicas (HC) que tem afetado o atendimento na unidade.

Na manhã de ontem, o Roraima em Tempo mostrou que o hospital enfrenta a falta de profissionais, remédios, além de equipamentos para tratamento de pacientes.  O técnico em enfermagem Narcisio Cardoso explicou que ocorre um déficit de técnicos e enfermeiros. Eles aguardam a convocação de novos profissionais para suprir a demanda da unidade.

“Não podemos atender 15 pessoas ao mesmo tempo. Estamos à mercê no Hospital e sofremos com essa situação, além da péssima alimentação e a suspensão dos plantões extras”, destacou.

Visita do secretário

Conforme um dos denunciantes, que prefere não ser identificado, o corte de plantões ocorreu após a visita do secretário de saúde Airton Cascavel ao HC, no dia 13 deste mês, e que, a decisão é o motivo para sobrecarga de trabalho dos profissionais em meio à pandemia de coronavírus.

“Logo depois que o secretário de saúde veio aqui, os extras foram cortados. Com os extras já estava delicada a situação se atendimento aqui no hospital agora sem eles está pior. Hoje em um bloco só tem duas técnicas em enfermagem para 28 pacientes. Com isso, atrasa a medicação dos pacientes, atrasa tudo”, relatou.

De acordo com o denunciante, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) negou diversas vezes a veracidade das reclamações. Por isso, ele solicita o reforço de profissionais na unidade.

“Só sabe a realidade quem está aqui dentro acompanhando. A Sesau sempre negou as informações, fazendo com que os funcionários e acompanhantes passem a ser mentirosos. Sou cuidador também. Hoje meu paciente passou mal, ele teve que ser colocado em outro quarto, pois o que ele estava era um quarto apenas para duas pessoas e não tinha acesso ao oxigênio. Eu sinto a falta de mais profissionais para realizar um bom atendimento. Com os extras cortados, os técnicos tentam fazer o que dá”, lamentou.

Servidores citam falta de remédios

Ainda de acordo com os servidores, outra reclamação é a falta de medicamentos e equipamentos para atender os pacientes. Compressa para banho, por exemplo, está em falta há meses. Além disso, faltam medicamentos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

“Quando fazemos denúncias, o governo nega e diz que tem tudo. Manda para uma semana para dizer que está tudo bem e depois falta tudo de novo. Remédios como metoclopamida, andracetrona injetável, bromoprida e furozemida injetável, entre outros, faltam sempre. E isso é só parte da situação”, argumentou.

Citada

A direção do Hospital das Clínicas Dr. Wilson Franco reitera que está fazendo reajustamento nas escalas do plantão e chamando servidores que estavam fora da função para compor as equipes de atendimento. Somado a isso, a Secretaria da Saúde está fazendo chamamento de profissionais que participaram de processos seletivos, com a finalidade de ampliar o número de servidores.

A Sesau tem feito frequentes convocações dos aprovados, inclusive, no início de julho, foram contratados cerca de 70 profissionais de diversas áreas, entre médicos clínicos gerais, especialistas, cirurgiões dentistas, especialistas em cirurgia e traumatologia bucomaxilofaciais, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos de enfermagem e auxiliares de serviço de saúde.

Quando assumem suas funções, esses profissionais são remanejados para as unidades de saúde da rede estadual. Sempre que há necessidade, novos chamamentos são feitos.

Quanto aos plantões extras, foi concluída na sexta-feira, dia 16, uma sindicância no Hospital das Clínicas, aberta para apurar eventuais sobreposições de cargas horárias, que resultam em prejuízos na prestação dos serviços por impossibilidade de cumprimento. O procedimento foi efetuado por orientação de órgão fiscalizador e o relatório final será entregue na próxima semana. Há um esforço da administração pública para regularizar a situação e evitar dispêndios para a sociedade e para o erário.

Em relação ao material médico-hospitalar e medicamentos, a unidade está abastecida. Tudo o que é necessário para o funcionamento de uma unidade de média e alta complexidade está sendo fornecido regularmente pela CGAF (Coordenadoria Geral de Assistência Farmacêutica).

 Além disso, foi realizada compra de equipamentos hospitalares, camas e poltronas, e, nas próximas semanas, as unidades começam a receber esse material, para garantir o melhor atendimento possível e conforto às pessoas que procuram os serviços de saúde na rede estadual.

Fonte: Yara Walker

Rosi Martins

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