Hospital das Cínicas: Servidores relatam falta de profissionais e remédios

Funcionário afirma ainda que não tem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) suficiente no HC

Hospital das Cínicas: Servidores relatam falta de profissionais e remédios
Hospital das Clínicas tem sido alvo de inúmeras denúncias – Divulgação

Servidores do Hospital das Clínicas (HC) procuraram o Roraima em Tempo neste sábado (17) para denunciar a sobrecarga de trabalho e a falta de profissionais para atender os pacientes na unidade.

Conforme o técnico em enfermagem Narcisio Cardoso, o déficit acontece com técnicos e enfermeiros da unidade. Eles aguardam a convocação de novos profissionais para suprir a demanda da unidade. O servidor afirma ainda que não há Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) suficiente no HC.

“Gostaríamos que a população nos compreendesse, pois não podemos fazer todo o trabalho sozinhos, precisamos de uma equipe maior para suprir a necessidade dos pacientes. Não queremos fazer um atendimento de má qualidade. Além disso, usamos máscaras e luvas contadas pois não há EPIs para todos. Não podemos atender 15 pessoas ao mesmo tempo. Estamos à mercê no Hospital e sofremos com essa situação, além da péssima alimentação e da suspensão dos plantões extras”, lamentou.

Servidores relatam falta de medicamentos

O servidor relatou ainda que a unidade não dispõe de equipamentos e medicamentos suficientes para tratamento dos pacientes.

“Está faltando equipo para alimentação enteral dos pacientes com impossibilidade de se alimentar via oral. Nós estamos adaptando o equipo de soro para medicar e alimentar eles, o que é errado. Já a medicação essencial como plasil e antibióticos também estão em falta”.

O profissional explicou ainda que familiares têm comprado medicamentos para o tratamento dos pacientes internados no Hospital das Clínicas.

“Há pacientes que estão comprando remédios, como furosemida para tratamento aqui no HC. A unidade também não disponibiliza lençol e os acompanhantes têm que trazer de casa”, denunciou.

Cardoso cita ainda que os profissionais solicitam com urgência uma resposta do Governo do Estado, tanto para a situação deles como do hospital.

“Estamos registrando boletins de ocorrência, fazendo relatórios, para que o Governo dê uma atenção melhor para a saúde. Pois dinheiro tem, falta gestão. Ele não dizia isso todo tempo?”.

Outras denúncias

No dia 6 deste mês, a reportagem mostrou com exclusividade leitos vazios em meio à superlotação do Hospital Geral de Roraima (HGR). Segundo os funcionários do local, a sobrecarga também era um dos fatores que resultou na redução dos leitos.

Em novembro do ano passado, o Roraima em Tempo mostrou que pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HGR ficaram com partes do corpo necrosadas . Informações indicam que seria devido à falta de material adequado para aplicar os medicamentos.

Além disso, à época, a maior unidade de saúde do estado não tinha remédios suficientes para tratar pessoas com Covid-19. Por outro lado, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) negou a informação.

Citada

A direção do Hospital das Clínicas Dr. Wilson Franco informa que está fazendo reajustes nas escalas do plantão e chamando servidores que estavam fora da função para compor as equipes de atendimento. Somado a isso, a Secretaria da Saúde está fazendo chamamento de profissionais que participaram de processos seletivos, com a finalidade de ampliar o número de servidores.

A Sesau tem feito frequentes convocações dos aprovados, inclusive, no início de julho, foram contratados cerca de 70 profissionais de diversas áreas, entre médicos clínicos gerais, especialistas, cirurgiões dentistas, especialistas em cirurgia e traumatologia bucomaxilofaciais, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos de enfermagem e auxiliares de serviço de saúde.

Quando assumem suas funções, esses profissionais são remanejados para as unidades de saúde da rede estadual. Sempre que há necessidade, novos chamamentos são feitos. 

Em relação ao material médico-hospitalar e medicamentos, a unidade está abastecida. Somado a isso, foi efetivada compra de equipamentos hospitalares, camas e poltronas, e, nas próximas semanas, as unidades começam a receber esse material, para garantir bom atendimento e conforto às pessoas que procuram os serviços de saúde na rede estadual.

Por Yara Walker

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