O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou soltar três policias militares e um ex-servidor da Assembleia Legislativa (ALE-RR), presos na Operação Pulitzer, que investiga o sequestro e a tortura contra o jornalista Romano dos Anjos.
Tiveram os pedidos de habeas corpus negados o ex-servidor Luciano Benedicto Valério, o tenente-coronel Paulo Cézar de Lima Gomes, e os coronéis Natanael Felipe de Oliveira Júnior e Moisés Granjeiro de Carvalho.
A defesa argumentava que as prisões são um “constrangimento ilegal”, pois não há provas da participação deles. Contudo, o ministro Jesuíno Rissato rejeitou a justificativa.
Ele lembrou que as investigações mostram que se trata de uma organização criminosa, com policiais altamente treinados e perigosos.
Luciano foi preso no dia 16 de setembro. Ele trabalhava no setor de inteligência da Assembleia, criado pelo deputado e então presidente da Casa, Jalser Renier (SD).
De acordo com as investigações, o grupo monitorava adversários políticos do parlamentar, e foi responsável por vigiar a casa do jornalista antes do sequestro.
O Roraima em Tempo também revelou que eles tinham altos salários na Assembleia Legislativa. Paulo Cézar, um dos que tiveram a liberdade negada, por exemplo, ganhava R$ 11,3 mil por mês.
Conforme as investigações, o coronel Natanael Felipe agia na organização criminosa como a maior autoridade entre os policiais.
Da mesma forma, o coronel Moisés Grangeiro também exercia função de liderança e era um dos chefes da segurança e homem de confiança de Jalser Renier.
Natanael e Moisés foram presos na segunda fase da Operação Pulitzer, no dia 1º de outubro. Os mandados foram expedidos pela juíza Graciete Sotto Mayor, responsável pelo caso.
Já o deputado Jalser Renier (SD), preso no mesmo dia, suspeito de ser o mandante do crime contra o apresentador, conseguiu reverter a prisão e está usando tornozeleira eletrônica.
O sequestro do jornalista Romano dos Anjos ocorreu no dia 26 de outubro do ano passado. Bandidos o retiraram de casa, o torturam e em seguida o deixaram em uma área na região o Bom Intento, na zona Rural de Boa Vista.
Ele precisou passar por cirurgias, bem como fazer acompanhamento psicológico. Recentemente, ele disse à reportagem que um dos envolvidos era amigo dele há mais de 20 anos.
Fonte: Da Redação
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