O deputado Jalser Renier interrompeu votação da sessão ordinária dessa quarta-feira (4) na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR). É que ele pediu para trocar a cadeira que usa atualmente pela que usava quando era presidente da Casa.
O parlamentar disse ao deputado Soldado Sampaio, atual presidente da ALE-RR que já tentava a substituição há duas semanas. Conforme Jalser, a cadeira “faz mal” a sua coluna.
“Deputado Sampaio […] eu queria solicitar verbalmente à vossa excelência […] há aproximadamente duas semanas que eu venho tentando trocar a minha cadeira aqui, porque eu tenho problema de coluna. A cadeira que eu uso é justamente esse modelo de cadeira mais simples que tem aí na frente do plenário”, relatou.
Em seguida, Renier solicitou que Sampaio pedisse ao cerimonial para providenciar a troca pela cadeira que ele usava antes.
Logo depois Soldado Sampaio solicitou à equipe técnica da ALE-RR as providências. Jalser Renier perguntou ainda se havia necessidade de fazer o requerimento por escrito e Sampaio respondeu que não. A troca da cadeira ocorreu ainda durante a sessão.
Polêmica
Desde que saiu do cargo de presidente da Assembleia, Jalser Renier deixou de comparecer às sessões. Em setembro, após a Operação Pulitzer, o deputado participou de uma sessão on-line, se defendeu e atacou Soldado Sampaio e Nilton Sindpol. Depois disso, ele sumiu novamente.
No dia 1º de outubro a segunda fase da Operação prendeu o deputado e mais três policiais investigados pelo sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos.
Cinco dias depois o parlamentar conseguiu habeas corpus, colocou tornozeleira eletrônica e começou a participar das sessões na Assembleia Legislativa.
Caso Romano dos Anjos
O deputado é apontado nas investigações como o mandante do sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos, ocorrido em outubro de 2020.
Dessa forma, após quase um ano de apuração do caso, o Ministério Público do Estado (MPRR) deflagrou duas operações e prendeu nove militares, um civil e o próprio deputado Jalser Renier.
Habeas corpus
Os militares impetraram sucessivos pedidos de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas nenhum conseguiu a liberdade.
Por outro lado, o deputado, devido à imunidade parlamentar oferecida pelo cargo, conseguiu a prisão domiciliar no primeiro pedido.
Desde então, Jalser viaja a Brasília e tenta derrubar as medidas cautelares como o uso obrigatório da tornozeleira eletrônica. O STJ negou a retirada do item ontem (4).
Cassação
Após a prisão, o deputado federal Nicoletti protocolou na ALE-RR o pedido de cassação do mandato de Renier.
“A sociedade roraimense espera uma atitude enérgica com relação ao deputado, envolvido em vários escândalos de repercussão nacional e por responder a vários processos criminais na justiça”, disse.
Por outro lado, o jornalista Iury Carvalho da Radio 93 FM também protocolou o pedido de afastamento do deputado da Aseembleia. Conforme Iury, o pedido de afastamento foi protocolado por ele enquanto cidadão e jornalista, em defesa das prerrogativas da imprensa.
Fonte: Da Redação