Irritado, Jalser nega envolvimento em sequestro de jornalista e ataca deputados

Nilton do Sindpol disse que pediria cassação do deputado se ele for preso durante investigações do caso

Irritado, Jalser nega envolvimento em sequestro de jornalista e ataca deputados
Jalser usou a palavra para criticar deputados e se defender de caso – Foto: Divulgação/ALE-RR

O deputado Jalser Renier (SD) se irritou durante a sessão na Assembleia Legislativa na manhã de hoje (21).

Ele criticou o colega Nilton do Sindpol (Patri), atacou o presidente da Casa, Soldado Sampaio (PC do B), e se defendeu sobre o sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos.

Nilton usou a tribuna para comentar a Operação Pulitzer, que prendeu suspeitos de participarem do sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos.

Conforme o parlamentar, está sendo uma “vergonha” que alguns dos militares presos tenham tido cargos no gabinete de Jalser, então presidente da Casa. O Roraima em Tempo mostrou que o salário de um deles era de R$ 11,3 mil.

“Quero deixar ressaltado, caso, durante as investigações, o ex-presidente seja preso, eu, como deputado estadual, votarei pela manutenção da prisão e pela abertura do processo de cassação”, disse.

Jalser

Em seguida, o ex-presidente se irritou e chamou Nilton de “ridículo”, “sorrateiro” e “mesquinho”, bem como vendedor de “dossiês”.

Logo depois, acusou Nilton de armar o caso para incriminá-lo. Além disso, Jalser afirmou que o parlamentar vai perder a próxima eleição.

“Nunca atentei contra a vida de ninguém. Nunca fiz algo que pudesse conspirar contra a vida e a saúde de qualquer pessoa, e repudio qualquer ato. Estou sendo vítima”, discursou.

Parte dos policiais militares presos na Operação Pulitzer trabalhava na segurança pessoal de Jalser Renier quando o crime ocorre, em outubro de 2020.

Na fala, o político defendeu os suspeitos, e disse que o caso do jornalista “é um ato covarde, de quem não tem respeito pela população”.

Por outro lado, o parlamentar não citou o nome de Romano dos Anjos. Apenas o chamou de “repórter”.

‘Armação’

Jalser afirmou que está sendo vítima de uma armação política, planejada por Nilton. Além disso, ele acrescentou que ainda não ficou comprovada a participação dele no crime.

“Eu jamais faria isso. Fui atacado por muitas pessoas em minha vida política. Nunca receberam um telefonema meu para ameaça-los. Nunca fiz isso. O julgamento quem faz é Deus”, disse.

Na fala, Jalser confirmou que convivia com os policiais, mas que eles não seriam capazes de cometer o crime. Dessa forma, voltou a enfatizar que “não faria isso”.

Caso Romano dos Anjos

O sequestro de Romano ocorreu no dia 26 de outubro do ano passado, quando ele e a esposa jantavam em casa, em Boa Vista.

Em seguida, os criminosos armados e encapuzados invadiram a residência, amarraram as vítimas, bem como as ameaçaram de morte. Logo depois, eles colocaram fogo no carro do jornalista.

Os suspeitos levaram o apresentador para a zona Rural, onde o agrediram e o abandonaram. No dia seguinte, em 27 de outubro, ele foi encontrado com diversos hematomas pelo corpo.

Desde então, uma investigação corre em segredo de justiça. Quase um ano depois, a operação prendeu sete pessoas, sendo seis militares e um ex-servidor da Assembleia Legislativa.

Além disso, as Polícias Civil e Militar e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, cumpriram 14 mandados de busca e apreensão.

Por Redação

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