As operadoras Claro, Vivo e TIM arremataram três lotes na faixa de 3,5 GHz, a principal do leilão da tecnologia móvel 5G, realizado hoje (4) pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Enquanto isso, a Winity II Telecom levou a frequência de 700 MHz, se tornando uma nova operadora móvel com abrangência nacional.
A chegada do 5G eliminará um dos grandes empecilhos na universalização do acesso digital: a infraestrutura. Isso porque ele viabiliza inovações dignas de ficção científica: carros autodirigíveis, procedimentos médicos à distância, automação completa de linhas de produção, vigilância e monitoramento de todo o tráfego urbano.
Do mesmo modo, vai trazer entretenimento em altíssima qualidade e conectividade semelhante à encontrada em países desenvolvidos.
Mas, segundo o Ministério das Comunicações, as inovações não são apenas melhorias de serviços para uma parcela limitada da sociedade.
Além disso, o leilão será responsável pela ampliação da internet móvel de quarta geração (4G) para localidades que ainda não contam com essa tecnologia, e terá grande parte do dinheiro da concessão revertida para ações de avanço no setor.
Os termos preveem a obrigação de cobertura das 26 capitais e do Distrito Federal até julho de 2022. O serviço deverá cobrir todas as cidades brasileiras com mais de 50 mil habitantes até 2028, enquanto o serviço de 4G deverá cobrir todo o território nacional.
Lances vencedores do leilão do 5G
O leilão começou nesta quinta-feira e deve terminar só amanhã (5). As propostas para as faixas de 2,3 GHz e de 26 GHz ainda passarão por análise.
As frequências têm finalidades específicas, assim como em cada faixa as empresas dão os lances em lotes diferentes.
Os lances vencedores na faixa de 3,5 GHz foram: R$ 338 milhões (ágio de 5,18%, valor acima do mínimo previsto no edital) da operadora Claro para o lote B1; R$ 420 milhões (ágio de 30,69%) da Vivo para o lote B2; e, enfim, R$ 351 milhões (ágio de 9,22%) da TIM para o lote B3.
O edital previa ainda um quarto lote na faixa de 3,5 GHz, com abrangência nacional, mas não houve lance.
O direito de exploração das faixas será de até 20 anos. As operadoras devem:
- migrar o sinal da TV parabólica para liberar a faixa de 3,5GHz para o 5G, arcando com os custos;
- construir uma rede privativa de comunicação para a administração federal;
- instalar rede de fibra ótica, via fluvial, na Região Amazônica;
- levar fibra ótica para o interior do país;
- bem como disponibilizar o 5G em todos as capitais até julho de 2022.
Faixa de 700 MHz
A Winity II Telecom ofereceu o maior lance, R$ 1,427 bilhão na primeira faixa a ser leiloada, de 700 MHz, de abrangência nacional. O valor pago é 805% superior ao mínimo exigido.
A operadora tem a obrigação de construir infraestrutura de cobertura 4G em 625 localidades do país que não têm acesso à internet e em 31 mil quilômetros de rodovias federais.
Arrecadação
O leilão tem valor de arrecadação total previsto de cerca de R$ 50 bilhões, caso todos os lotes sejam arrematados. Dessa forma, R$ 10 bilhões serão em outorgas para o governo e os outros R$ 40 bilhões serão utilizados pelas empresas nas obrigações estabelecidas.
Fonte: Agência Brasil