A professora Joelma da Silva, de 35 anos, aguarda por uma cirurgia de retirada de pedra na vesícula.
No entanto, o procedimento que deveria ser feito com urgência já que afeta a sua rotina, é aguardado por pelo menos cinco anos.
De acordo com ela, a demora se prolongou ainda mais porque o aplicativo do governo chamado de “Zera Fila RR” que traz a proposta de auxiliar pacientes com o recadastramento de cirurgias, trouxe divergências de informações.
Conforme Joelma, em 2017 ela esteve no Hospital Geral de Roraima para fazer exames e marcar sua cirurgia. Então, a equipe pediu para que ela aguardasse ser chamada.
No ano de 2018, ela foi na Secretaria de Saúde (Sesau) para verificar como estava o andamento do seu procedimento e foi informada que seria a vigésima sexta a ser operada na época.
Demora
Ela conta ainda que em 2019, fez o cadastro no Hospital das Clínicas e em 2020, suspenderam as cirurgias eletivas por conta da pandemia.
Já em 2021, Joelma baixou o aplicativo do governo, realizou o cadastro e no mês de dezembro, recebeu uma ligação.
“Ligaram me dizendo para procurar o Hospital Coronel Mota. Fui informada que era pra fazer exames e em seguida ir até o HGR, no entanto chegando lá, fui ainda informada que era para ir na Sesau, onde não quiseram nem me atender […]”
A professora ainda disse que quem deu as informações foi um rapaz que fica na portaria que a orientou ir até ao HGR novamente e procurar a direção do local.
“Retornei ao HGR, e foram ríspidos. Eles me disseram que não era pra está indo lá porque era a Sesau que iria ligar. No aplicativo aparecia que minha cirurgia estava marcada para o dia 23 de dezembro. Fiquei procurando, retornei ao Coronel Mota, não souberam me informar, ligaram para o HGR, mas a diretora nunca retornou […]” desabafou.
Descaso
A professora foi na terça-feira (4) no HGR novamente verificar como estava sua situação sobre referente a cirurgia, no entanto descobriu que o o seu nome não consta na fila para a realização de cirurgias eletivas.
“Fiquei sem saber o que fazer! O aplicativo mostra a data que eu dei entrada na cirurgia e até qual é o Doutor, mas o HGR não consta mais o meu nome.”
Cirurgias eletivas em fila de espera
Roraima chegou a média de 9 mil cirurgias eletivas em fila de espera, conforme resolução divulgada no Diário do Estado (DOERR). Este tipo de procedimento não é considerado de urgência, além de terem dia e horário agendados. No entanto, a fila cresceu se comparada ao início de 2019.
Conforme o próprio governo, havia 8.834 pacientes na fila de espera única do Sistema único de Saúde (SUS), quando o governador Antonio Denarium (PP) iniciou a gestão dele.
Desse modo, em 30 de dezembro de 2019, restavam 3.502 cirurgias para serem feitas. No entanto, após dois anos, o número quase triplicou chegando 9 mil cirurgias em fila de espera.
O governo justificou que os leitos de cirurgias eletivas foram remanejados para tratar casos da Covid-19 durante a pandemia. Ao passo que novos casos e óbitos passaram a estar sob controle, o Estado retomou as cirurgias.
Citado
O Roraima em tempo entrou em contato com governo estadual para esclarecimentos sobre o caso. A Sesau então informou que o Departamento de Tecnologia da Informação está verificando junto a empresa responsável pelo App, para prevenir inconsistências e transtornos aos pacientes.
O governo por fim disse que a professora está incluída na fila única para realização da cirurgia. Também disse que o HGR vai atender ela, no entanto não informou quando.
Fonte: Da Redação
Com informações da Rádio 93FM*