Defesa de PM preso por sequestro de jornalista pede habeas corpus por ‘risco de transferência para presídio federal’

Policial já teve 5 habeas corpus negado

Defesa de PM preso por sequestro de jornalista pede habeas corpus por ‘risco de transferência para presídio federal’
Policial foi preso no dia 16 de setembro de 2021 – Foto: Reprodução/Redes sociais

A defesa do Policial Militar Nadson José Carvalho Nunes pediu, nesta segunda-feira (21), habeas corpus sob justificativa de “risco de transferência para presídio federal”. O PM está preso por suspeita de participação no sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos.

Conforme o pedido do advogado, a transferência pode ocorrer em razão da fuga do PM Bruno Inforzato de Oliveira Gomes. Ele também está detido no do Comando de Policiamento da Capital (CPC) em razão do sequestro do jornalista.

“Ademais, é importante analisar o fato do Paciente dispor de vínculos familiares constituídos nesta cidade de Boa Vista”, diz outra parte da argumentação.

Ainda de acordo com a defesa, Nadson está preso preventivamente e ainda não sofreu nenhuma condenação. O militar está no CPC desde 6 de setembro de 2021. Dessa forma, o advogado alega que a prisão já dura mais de 180 dias e o tempo também deve ser considerado no pedido.

O recurso tramita no Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) e tem como órgão julgador a Câmara Criminal em Composição Reduzida, presidida por Ricardo de Aguiar Oliveira. Contudo, a defesa pede urgência para a liminar.

Pedidos ao STJ

Esta não é a primeira vez que a defesa pede habeas corpus para Nadson. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já negou outros cinco pedidos.

O mais recente ocorreu no dia 8 de fevereiro, após quatro negativas da Justiça. o Subtenente da PM alegou que a prisão, bem como a demora para a formação de culpa o causam constrangimento. Por outro lado, o militar também justifica que a defesa não tem acesso aos autos do inquérito.

Conforme mostram as investigações, ele fez parte de uma organização criminosa chefiada pelo ex-deputado Jalser Renier.

No dia 23 de outubro, o Ministério Público de Roraima (MP) denunciou Nadson por oito crimes. São eles:

  • violação de domicílio qualificada;
  • cárcere privado e sequestro qualificado;
  • roubo majorado;
  • dano qualificado;
  • constituição de milícia privada;
  • organização criminosa;
  • tortura e castigo qualificado;
  • e obstrução de justiça

A fuga de Inforzato

O policial militar Bruno Inforzato de Oliveira Gomes, preso por suspeita de envolvimento no sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos fugiu da prisão em 18 de março. O sargento estava detido no quartel do CPC.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) o localizou e o reconduziu à prisão após a fuga do CPC.

Inforzato foi preso na segunda fase da Operação Pulitzer, no dia 1º de outubro de 2021. Na mesma data, a polícia também prendeu outros dois policiais, bem como o ex-deputado Jalser Renier, apontado como o mandante do sequestro e tortura do jornalistas Romano dos Anjos.

O policial disse que estava sem celular durante as investigações iniciais. Detido preventivamente, ele também não soube informar quem residia no endereço alvo da busca e apreensão.

A Justiça considera tanto um ato quanto o outro como “obstrução”, ou seja, tentativa de atrapalhar as apurações. Ele é o único preso no caso Romano os Anjos que só foi acusado pelo Ministério Público (MP) por obstrução de justiça. Em contrapartida, todos os outros presos devem responder por oito crimes. Entre eles tortura, sequestro e cárcere privado.

Fonte: Da Redação

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