O governador Antônio Denarium (PP) está sendo mais que ousado nesse ano de campanha eleitoral. Nos bastidores, representantes de partidos e pré-candidatos falam abertamente sobre as investidas tentadoras vindas do Palácio Senador Hélio Campos.
“Eles não estão de brincadeira. Estão pagando de R$ 100 mil a R$ 500 mil para pessoas que estão em partidos de oposição ou sem partido se filiarem em siglas de aliados como o senador Mecias de Jesus (Republicanos), o deputado Hiran Gonçalves (PP) e vários outros partidos. Os menores, que têm dificuldade de fechar grupo para disputar as eleições também estão na mira”, revelou o secretário de um desses partidos que não quis se identificar.
A informação foi checada pelo Roraima em Tempo com representantes de outros partidos. Informalmente e sem gravar entrevista, alguns afirmam que o governo está pagando valores altíssimos a vários pré-candidatos.
A proposta é para que essas pessoas se filiem imediatamente. Os valores, pagos em dinheiro vivo, vão de acordo com o peso político de cada pré-candidato. As negociações foram confirmadas em tom de brincadeira pelo presidente de um grande partido.
“Com ajuda do governo nosso grupo está praticamente fechado para o pleito desse ano. É muito dinheiro rolando. Um dos nossos pré-candidatos recebeu meio milhão de reais para mudar de partido”, assim afirmou o correligionário.
Muito dinheiro
Pelas informações, o governo teria cerca de R$ 20 milhões para essa finalidade nesse primeiro momento. Dessa forma, a prática irá desequilibrar o pleito desde as filiações até a eleição. Agora, fica a cargo do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) investigar a prática realizada em Boa Vista e no interior.
Com isso, o roraimense passa a entender porque o Governo de Roraima guardou dinheiro por mais de três anos e meio. O próprio presidente Jair Bolsonaro (PL) informou recentemente que mandou para Roraima, só em 2021, mais de R$5 bilhões.
Mas nem com esse montante vindo para o estado, Denarium conseguiu resolver problemas simples. Na educação, por exemplo, mesmo com dois anos de pandemia as escolas seguem sem reforma e os alunos estão sem transporte para irem às aulas.
Por outro lado, as estradas vicinais e pontes estão destruídas mesmos antes do inverno. E na saúde, mesmo com o anexo do Hospital Geral de Roraima (HGR) inaugurado às pressas, a saúde segue sendo um problema. A fila de espera por cirurgias ultrapassa as 10 mil pessoas e milhares de pessoas morreram na pandemia por falta de leitos.
Para piorar, a pedido de Denarium, deputados estaduais aprovaram a prorrogação do decreto de calamidade pública até dezembro desse ano, mesmo após o fim da pandemia. Dessa forma, o governo poderá gastar cerca de R$2 bilhões sem licitações ou prestação de contas em um ano eleitoral.
Fonte: Da Redação