O último boletim epidemiológico a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) apontou que os sete pacientes que estavam internados com suspeita de Covid-19 foram testados negativos, permanecendo nos leitos apenas por sequelas da doença e não necessitando mais dos leitos específicos para Covid. Para completar, nenhum leito de UTI exclusiva para a doença está ocupado.
Acontece que recentemente os deputados estaduais, a pedido do governador Antônio Denarium (PP), aprovaram a prorrogação do estado de calamidade pública até 31 de dezembro desse ano. Isso significa que o Governo de Roraima terá quase R$2 bilhões para gastar sem a necessidade de realizar licitações ou prestação de contas, mesmo sem pandemia e no ano de uma eleição.
Mas como quase sempre em Roraima, a população se calou e 17 deputados tocaram o barco sem se preocuparem com a opinião pública. Cinco faltaram à sessão. Apenas dois parlamentares foram contra: Dhiego Coelho (PTC) e Nilton Sindpol (PP) alegaram que não havia a necessidade e ainda alertaram sobre os riscos de haver compras superfaturadas e sem necessidade alguma.
Ao contrário do que ocorreu no processo de cassação do ex-deputado Jalser Renier, ocasião que levou centenas de pessoas às ruas numa segunda-feira de carnaval, desta vez ninguém se rebelou. Apenas parte da imprensa permaneceu questionando a aprovação da prorrogação da calamidade sem apoio popular.
Isso prova que no dia da cassação estavam, em sua maioria, cargos comissionados de Jalser Renier e de Soldado Sampaio (Republicanos), todos interessados no desfecho da história e na manutenção dos cargos comissionados de um ou de outro.
Vale lembrar que em 2021 o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que enviou para Roraima mais de R$5 bilhões. Outro fato relevante é que o governador Antônio Denarium guardou dinheiro por três anos e meio e só agora, em ano eleitoral, começou a investir superficialmente em algumas áreas na intenção de se reeleger. Ou seja, ele deixou a população sofrer por anos e só agora aparece como o “salvador da pátria” fazendo propaganda e afirmando que está matando a fome dos roraimenses. É isso que Roraima merece?
Da Redação