Com decreto de calamidade por Covid vigente, Denarium pretende liberar uso de máscara

Governo renovou decreto de calamidade para combater os impactos causados pela pandemia

Com decreto de calamidade por Covid vigente, Denarium pretende liberar uso de máscara
Governador de Roraima, Antonio Denarium Foto: Divulgação/ Secom

O governador Antonio Denarium (PP) anunciou nesta quinta-feira (31) que pretende publicar decreto para liberar o uso de máscara em locais fechados. Conforme o chefe do Executivo, ele já solicitou à Casa Civil a confecção do documento e deve publica-lo em breve.

Em contrapartida, no dia 8 de março, a Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) aprovou, a pedido do governador, a extensão do decreto de calamidade até 31 de dezembro deste ano.

O decreto está em vigor desde março de 2020, com o intuito de assegurar ações de combate aos impactos causados pela pandemia.

Com ele, Denarium pode seguir entregando cestas básicas, bem como outros donativos. Pois a Justiça Eleitoral não permite esse tipo de serviço em ano de eleições. Exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior.

Nesses casos, conforme a Justiça Eleitoral, o Ministério Público deve acompanhar a execução financeira e administrativa.

De acordo com o calendário divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a proibição está em vigor desde o dia 1º de janeiro.

Desse modo, com a aproximação do vencimento do decreto de calamidade, o governador solicitou a aprovação da ALE-RR para renovar até dezembro.

Sendo assim, o governo fica livre para promover entrega de cestas e fazer outros tipos de ações políticas até o fim das eleições.

O que diz o governo

O Roraima em Tempo procurou o Governo do Estado que informou que o decreto será publicado ainda essa semana. “Com isso, tornará facultativo o uso do equipamento de proteção individual”.

Ressaltou ainda que “a medida segue a comprovada diminuição do número de casos e internações em unidades hospitalares, bem como o aumento da vacinação contra a doença em todo o Estado”.

Questionado sobre a possibilidade de revogar o decreto de calamidade, o governo não respondeu.

Fim da pandemia de Covid

Antes de os deputados aprovarem a continuidade do decreto em Roraima, o Ministério da Saúde já havia anunciado que estuda o rebaixamento do status da pandemia para endemia no país.

Além disso, os números de casos e mortes por Covid-19 haviam reduzido consideravelmente. Por outro lado, o Hospital Geral de Roraima (HGR) não registra internações há dois dias. Tanto em leitos clínicos, quanto de UTI.

Hospital de Retaguarda

Após a aprovação do decreto de calamidade, o governador resolveu fechar o Hospital de Retaguarda, exclusivo para pacientes de Covid-19.

A Sesau também decidiu transferir o atendimento dos casos suspeitos do HGR para o Pronto Atendimento Cosme e Silva, no bairro Pintolândia.

No entanto, antes disso, o deputado Dhiego Coelho (PTC) fiscalizou o Hospital de Campanha e constatou que não havia nenhum paciente internado pela doença na unidade. Ele afirmou ainda que toda a estrutura e profissionais do local estavam sem utilidade.

Por conta disso, ele votou contra a renovação do decreto de calamidade, pois considerou que não havia necessidade.

Da mesma forma pensou o vice-governador Dr. Frutuoso Lins. Ele se posicionou contra, pois disse que o decreto “afrouxa as regras de licitação”. Então, após a aprovação na ALE-RR, Frutuoso afirmou que acionaria a Justiça para barrar a decisão.

Polêmica e vantagens

O pedido o governador para estender o decreto em ano de eleições causou polêmica. Isso porque ele proporciona que o Governo do Estado continue realizando compras com verbas da Covid-19 sem a necessidade de fazer processo de licitação. A fiscalização nesse tipo de compra na rede pública fica fragilizada.

Em fevereiro do ano passado, o presidente da República, Jair Bolsonaro anunciou que enviou R$ 5 bilhões para enfrentamento da pandemia em Roraima.

Outro fator importante é que o governo continua sem a obrigatoriedade de pagar os parcelamentos de dívidas astronômicas. Em 2019, por exemplo, o governador divulgou que as dívidas do Estado somavam R$ 6 bilhões.

Desde o início da pandemia no Brasil, o Governo Federal suspendeu o pagamento de parte dessas contas para que os estados pudessem investir na área da Saúde.

A suspensão do pagamento das dívidas adia a liquidação delas, bem como protela os parcelamentos para gestões posteriores. O que atrasa o desenvolvimento do Estado e limita investimentos.

Verbas da Covid e Escândalos

Outra vantagem com a continuidade do decreto de calamidade, é que o governo também fica apto a receber verbas da Covid-19 do Governo Federal, bem como a receber custeamento de leitos de UTI, entre outros benefícios financeiros.

Contudo, a Secretaria de Saúde (Sesau), responsável por gerenciar os recursos da pandemia, é alvo de investigações da Polícia Federal (PF) por desvio de verbas justamente da Covid.

Em 2020, por exemplo, a Polícia Federal (PF) realizou a Operação Desvid-19, em que flagrou o senador Chico Rodrigues (DEM) com R$ 33 mil na cueca. A PF indiciou o senador pelo caso.

Controladoria Geral da União (CGU), suspeita que Chico Rodrigues participou de um esquema armado para o desvio de cerca de R$ 20 milhões da Sesau.

A Sesau é alvo de investigações, sobretudo, por suspeita de contratos ilegais para desviar o dinheiro público.

Também em 2020, a PF deflagrou a Operação Vírion que apura lavagem de dinheiro. A suspeita, é de um total de R$ 20 milhões de desvio.

A polícia cita que as fraudes começaram em 2019, já na gestão de Denarium. Chico Rodrigues (DEM), Mecias de Jesus (Republicanos) e Telmário Mota (Pros) fazem parte dos esquemas, de acordo com a PF.

Telmário, inclusive, acionou a Justiça contra jornalistas que publicaram reportagens sobre o caso. Contudo, perdeu a ação.

Fonte: Da Redação

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