ME ENGANA QUE EU GOSTO – Hiran diz que rodovias de RR são “tapetes”

Deputado federal “descolou” R$ 350 milhões em Brasília, mas estradas e vicinais viraram atoleiro no Estado, de tanto buraco e lama

ME ENGANA QUE EU GOSTO – Hiran diz que rodovias de RR são “tapetes”
Hiran Gonçalves (PP) – Foto: Divulgação

Com a cara mais sínica do mundo, o deputado federal Hiran Gonçalves, pré-candidato da base governista ao Senado, em outubro próximo, falou na semana passada, durante entrevista a uma emissora de TV local, que desde o começo de seu pífio mandato “descola” dinheiro, em Brasília, para manutenção das rodovias federais em Roraima, em especial a BR-174 e a BR-401. O nobre deputado só pode tá de sacanagem com a gente.

Vamos lá. Hiran falou que já conseguiu em Brasília R$ 150 milhões para fazer a estrada que liga os municípios do Bonfim e Cantá (Nordeste do Estado) até o “500”, lá em Rorainópolis, no Sul. A montanha de dinheiro, segundo o deputado, também foi destinada para a manutenção da hoje esburacada e mortífera BR-174.

Hiran também disse que há quatro meses liberou R$ 200 milhões para recuperação da BR-174, sentido Pacaraima, Norte do Estado. As obras, segundo ele, foram muito bem feitas, inclusive, com acostamento. A BR-401, ainda conforme o deputado, também já foi refeita e está que nem um “tapete”, segundo ele.

Com toda essa dinheirama federal e “muito trabalho”, Hiran alegou ainda que todos os municípios de Roraima foram contemplados com a recuperação de rodovias, estradas e vicinais, devidamente pavimentadas e asfaltadas com dinheiro de emenda dele. “Trabalho muito com a questão da infraestrutura”, finalizou o deputado.

Mas o que se vê hoje é justamente o contrário do que disse Hiran durante a entrevista. O nobre deputado deve estar muito mal assessorado ou não lê nossos jornais diários, que todo santo dia mostram a buraqueira e a lama nas rodovias federais, estaduais, estradas e vicinais de Roraima, causando vários acidentes, muitos deles com fatalidade, infelizmente.

Moradores do interior castigados

Moradores do Interior, sem dúvida, são os mais prejudicados com o excesso de lama e a buraqueira. Centenas, talvez milhares, não conseguem escoar suas produções e amargam prejuízos enormes, assim como crianças ficam sem estudar e muitas famílias permanecem “ilhadas” devido às péssimas condições das vicinais. Isso é fato, uma realidade que Hiran não observou, ou está muito mal informado, como já dissemos.

Se realmente Hiran descolou toda essa montanha de recursos federais para o governo do Estado, é preciso que os órgãos de controle do dinheiro público fiquem bem atentos, já que nossas estradas e rodovias estão em péssimas condições. Então, para onde foram todos esses milhões descolados por Hiran em Brasília?

Faça o teste

A verdade tem que ser dita. Hiran descolou SIM esta montanha de dinheiro federal, mas o serviço lamentavelmente não chegou para o povo roraimense, pois a lama e a buraqueira estão por todo canto. Se não acredita, então pegue um carro e dê uma voltinha, seja na 174, 401 ou em qualquer outra rodovia do Estado. Não é preciso nem ir às vicinais, garanto, pois mostramos quase todos os dias a precária situação dessas longínquas estradas, totalmente abandonadas pelo atual governo.

Seu Antônio lançou este ano, de eleição, o politiqueiro programa “Aqui tem obra”, mas tudo não passa de engodo, pura enganação, pois a Seinf apenas faz uma “maquiagem” em nossas estradas e vicinais, jogando barro, sem a devida pavimentação. E o resultado logo aparece. O barro vira lama e a lama vira atoleiro. Assim aconteceu com a rodovia estadual que liga o município do Uiramutã, Norte de Roraima, à BR-174. Serviço mal feito, sem fiscalização, dinheiro do contribuinte na lama da corrupção.

Outra realidade

Só lembrando. Dia desses, Hiran postou fotos em sua rede social. Ele se exibia durante um passeio de moto importada com a esposa, Gerlane, pelas ruas amplas e devidamente asfaltadas de Brasília. Acho que o nobre deputado, durante sua entrevista na BV City, se enganou e falou das rodovias bem pavimentadas do Planalto Central, só pode. Porque a realidade aqui é bem diferente.

Álvares dos Anjos – cronista.

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