Justiça determina que venda de cassiterita apreendida em garimpo ilegal seja revertida para proteção de territórios indígenas em RR

Mineral proveniente de garimpo ilegal em áreas demarcadas em Roraima tem valor estimado em R$ 25 milhões

Justiça determina que venda de cassiterita apreendida em garimpo ilegal seja revertida para proteção de territórios indígenas em RR
Ministério Público Federal em Roraima – Foto: Gabriel Cavalcante/Roraima em Tempo

A Justiça Federal decidiu, nessa quarta-feira (13), que os recursos adquiridos com leilão de cassiterita apreendida em garimpo ilegal devem ser revertidos à proteção da Terra Indígena Yanomami (TIY), em Roraima.

A decisão faz parte de ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF) com pedido de tutela provisória contra a Agência Nacional de Mineração (ANM), a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a União.

A determinação impede que a ANM reverta o valor adquirido das vendas como receita própria. Isto porque os minerais apreendidos são de origem da exploração ilegal e criminosa, que prejudicam povos e terras indígenas.

Para o MPF, é contraditório que a União, entidade responsável pela proteção das terras indígenas, acabasse sendo beneficiada pela atividade ilegal.

No pedido, o Ministério sugeriu que os recursos não fossem destinados diretamente aos povos originários, mas à Funai. A Fundação iria, assim, programar as medidas necessárias para a efetivação da retirada de invasores da TI Yanomami e para a proteção do território.

O documento determina, portanto, que a Agência realize o leilão prevendo o repasse da venda para o custeio de ações contra o garimpo ilegal. A ANM deve planejar estas ações e apresentá-las em 90 dias como plano de aplicação dos recursos.

Além disso, o documento também decide que, essa destinação deve ser observada neste leilão e também em alienações futuras de material apreendido em situações similares.

Ação civil pública

Em junho, o MPF ajuizou ação com tutela provisória após a ANM não manifestar-se aos pedidos sobre destinação dos bens aos povos indígenas.

As solicitações estavam em recomendação feita em maio pelo órgão. Ele se deu após o Ministério tomar conhecimento que a Agência já preparava um edital para desfazimento do mineral e outras substâncias apreendidas e pretendia receber os valores levantados com a venda.

Assim, o MPF entendeu que isso representaria grave “inversão de ônus” dos crimes ocorridos, pois o material é fruto de garimpo ilegal e tem valor estimado em R$ 25 milhões.

Fonte: Da Redação

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tiago

Lara Muniz a maior repórter que temos, ótima matéria!

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