A Associação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) indicou uma advogada para ter acesso ao plano de ações da Polícia Federal (PF) na Terra Yanomami.
Em agosto, o ministro Luís Roberto Barroso permitiu a Apib ter acesso às informações. De acordo com ele, a associação pode ajudar nas ações policiais em sete terras indígenas do Brasil, incluindo a Yanomami, em Roraima.
A advogada Samara Carvalho Santos é indígena da etnia Pataxó e assessora jurídica da Apib. Ela enviou um documento ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual se compromete em guardar sigilo do plano.
As operações da PF em parceria com outros órgãos ocorrem desde o mês de junho. A escala de conflitos entre garimpeiros e indígenas fez com que o STF mandasse retirar os invasores.
Contudo, a Apib sustentou que poderia ajudar no diálogo cultural com as comunidades para que as operações tivessem êxito. O ministro concordou, desde que apenas uma pessoa tivesse acesso.
Conflitos
A ação cobra no STF ações do Governo Federal de enfrentamento à pandemia da Covid-19. Conforme a Apib, os garimpeiros levaram o vírus para as comunidades.
A situação se agravou em março deste ano, quando uma lei do Governo de Roraima, que autorizava o garimpo no estado, causou uma corrida à região Yanomami.
De acordo com a Apib, a presença dos invares representa risco de genocídio. Dessa forma, exigia a retirada dos garimpeiros.
Contudo, em maio deste ano, houve uma escala dos conflitos na Terra Yanomami, levando a Apib e outras 16 organizações pressionarem o STF por uma decisão urgente.
No fim daquele mês, Barroso ordenou a expulsão dos invasores. Desde então, a PF e outros órgãos fazem constantes ações de retirada.
Por Redação