Após o reconhecimento socioafetivo da filha Evelyn Yohanna, de 9 anos, Ricardo Silva Lopes compartilhou a história que envolve o sentimento de felicidade.
Ele conseguiu, por intermédio da Defensoria Pública de Roraima (DPE), reconhecer na certidão da menina a sua paternidade. Segundo o pai afetivo, a menina foi uma benção em sua vida, ajudando-o a enfrentar as dores da morte de sua mãe. “Toda vez que eu olhava para ela, parecia que eu me via junto com a minha mãe. Sempre tive a vontade de que ela fosse reconhecida como minha filha. Não existe essa questão de que eu não seja o pai biológico, ela é a minha filha. Quero que ela tenha todos os direitos de um filho, pois será motivo de alívio e felicidade para mim”, relatou Ricardo.
O projeto nacional é uma iniciativa do Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais (Condege), em parceria com as Defensorias Públicas Estaduais e Distrital.
Casos de Família
A mãe de Evelyn, Gracineia da Silva, conta que o pai biológico registrou a criança, porém não desenvolveu um vínculo emocional forte com ela, ao contrário de Ricardo. Gracineia foi namorada de Ricardo durante 5 anos e depois se distanciaram. Assim, após o nascimento da menina, eles se reaproximaram e o vínculo paterno foi crescendo. Do mesmo modo, ele esteve presente durante toda a criação de Evelyn e, agora, finalmente, será registrado como pai juntamente ao pai biológico dela.
“Ricardo demonstrou interesse e afeição pela minha filha e eles compartilharam momentos especiais juntos, como passeios e idas a restaurantes. Sempre foi um pai de verdade para ela e a história deles simboliza a importância do apoio paternal, e como um pai não biológico pode ter um impacto significativo na vida de uma criança”, conta Gracineia.
Gracineia soube do projeto ‘Meu Pai Tem Nome’ por meio de um anúncio de rádio, enquanto preparava o almoço. Logo depois, procurou os envolvidos com a documentação necessária para fazer parte do dia “D”. As ações e serviços da Defensoria também são transmitidos pelo Spotify e Deezer.
Ela e o pai não biológico já tinham conversado sobre fazer o registro com o sobrenome dele para que a criança pudesse viajar e explorar o mundo. A oportunidade de participar do projeto surgiu como a chance de oficializar essa intenção.
Além disso, Gracineia conta que Evelyn está ansiosa e feliz por finalmente ter o sobrenome do pai não biológico. Ela ressaltou que o registro representa a realização da criança e a validação do papel importante que o pai socioafetivo desempenhou em sua vida. “A conexão entre eles é forte. A Evelyn sente um amor e cuidado genuínos por Ricardo”, finalizou.
Atendimento online
Conforme a DPE-RR, os interessados no reconhecimento paterno não se limitaram apenas aos atendimentos presenciais. Com o apoio da Câmara de Conciliação, cerca de 40 pessoas puderam entrar com a ação de paternidade por meio de videoconferência.
Desse total de pessoas atendidas on-line, 15 casos são de pais que estão atualmente no sistema prisional e um vive no exterior, exatamente em Cuba. A defensora pública responsável pelo projeto, Elceni Diogo, espera que a demanda digital seja finalizada hoje, apesar das dificuldades da internet.
“Nós estamos adiantando os atendimentos on-line, pois eles geram maior dificuldade por conta da internet e da necessidade de gravação de vídeo. Queremos finalizar todos até o final do expediente de hoje”, esclareceu.
Fonte: Da Redação