Um estudo da Organização Internacional para as Migrações (OIM) indica que 88% dos imigrantes venezuelanos prefere permanecer em Roraima. Os dados são da pesquisa realizada nos primeiros três meses desse ano.
O levantamento mostra que 99% dos entrevistados tem intenção de permanecer no Brasil e menos de 1% disse que tem desejo de voltar à Venezuela ou ir para outros países.
Conforme os entrevistados que tem intenção de permanecer no Brasil, 88% declararam o estado de Roraima como destino final. Além disso, outros 11% têm como destino desejado grandes capitais brasileiras como Manaus, São Paulo, Curitiba e Florianópolis.
De acordo com o estudo, foram entrevistados imigrantes de 14 municípios de Roraima, principal porta de entrada para refugiados e venezuelanos no país.
Proximidade com a Venezuela
O estudo considera a trajetória dos imigrantes aos municípios do estado. Com isso, 67% dos entrevistados disse ter iniciado o deslocamento na Venezuela pelos estados de Anzoátegui, Monagas e Bolívar, devido à proximidade com o Brasil.
Do mesmo modo, a pesquisa indica que outro fator importante é o tempo de permanência nos locais onde chegam. A maioria dos entrevistados entrou no Brasil nos anos de 2018 e 2019 (69%), enquanto 4% entraram em 2021.
O estudo indica que, entre os entrevistados que residem no município da fronteira, Pacaraima, 15 % chegaram antes de 2017. Já em Boa Vista, 66% dos entrevistados disse ter entrado no Brasil entre os anos de 2018 e 2019.
Nas outras cidades do estado, a maioria dos entrevistados entraram no Brasil no ano de 2019 (45%).
Perfil dos imigrantes
A pesquisa apresenta informações sobre o perfil de 2.322 imigrantes, por meio das seguintes informações: sexo, idade, estado civil, nível educativo, condições de moradia e população indígena. Dessa forma, 2% se declararam indígenas de etnia Warao, Pemón ou Kariña.
Ao todo, 50,4% são mulheres e 49,6% são homens. Conforme a pesquisa, a maior parcela da população analisada com 18 anos apresenta escolaridade equivalente ao ensino médio brasileiro, completo e incompleto.
“Este nível de escolaridade é importante, pois a população total residente em Roraima possui nível de escolaridade médio semelhante”, destaca.
Moradia, desemprego e discriminação
Ainda conforme o levantamento, 87% da população imigrante mora em casas alugadas. Além disso, a maioria dos migrantes estava desempregada na Venezuela, sendo estes 42%. Enquanto isso, 26% tinha emprego e 24% sobrevivia de forma independente.
Já no Brasil a maior parte está trabalhando de forma independente, correspondente a 54%. Em contrapartida, 28% dos entrevistados sofreram discriminação. Destes 99% afirmam que o principal motivo é a nacionalidade.
Fonte: Da Redação