A Lei Maria da Penha completou 15 anos nesse sábado (7). A farmacêutica bioquímica Maria da Penha, hoje com 76 anos, foi agredida pelo marido durante 23 anos e ficou paraplégica após uma tentativa do que hoje se chama feminicídio. Ela buscou amparo da Comissão Interamericana de Direitos Humanos para a prisão do marido, e acabou inspirando a Lei 11.340/06.
Mesmo com os avanços trazidos pela legislação, os números de violência contra a mulher são crescentes. No Judiciário roraimense, foram 87 condenações por violência doméstica em 2018; 159 em 2019 e 196 em 2020.
Na avaliação da juíza Suelen Márcia Silva Alves, da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), a lei representa um avanço importante, sobretudo pela retirada destes casos das varas comuns. Assim, possibilita um tratamento humanizado e diferenciado para um crime que envolve questões tão peculiares.
Um dos instrumentos previstos na lei para proteger mulheres vítimas de violência doméstica é a medida protetiva. Ela restringe a aproximação do agressor. O prazo limite para a entrega é de 48 horas, mas o judiciário roraimense consegue a emissão destas medidas em um tempo médio de 5 horas.
De acordo com o TJRR, a agilidade até surpreende algumas vítimas, considerando que já houve casos em que o judiciário concedeu medida em 20 minutos.
“Esta celeridade é fundamental para proteger estas mulheres e evitar agressões mais graves”, reforçou a juíza.
Por outro lado, para acompanhar o cumprimento das medidas protetivas, as Guardas Municipais se tornaram os olhos do judiciário nas casas das vítimas, por meio da Patrulha Maria da Penha. O judiciário executa a iniciativa em Boa Vista, Caracaraí, bem como Mucajaí e também chegará a Bonfim. Desde 2015, a ação atendeu 5 mil mulheres, sendo 568 de janeiro até junho deste ano.
Na Patrulha, os guardas municipais realizam visitas, garantindo tranquilidade e segurança à mulher, assim como amparo em caso de descumprimento das determinações judiciais. Às vítimas, o TJRR disponibiliza um número de telefone para que elas liguem, caso enfrentem algum problema neste sentido.
Outra política, que dessa vez busca agir na raiz do problema, é o projeto Maria Vai à Escola, realizado na rede municipal de ensino. Desde 2015, a parceria tem levado aos alunos a informação de que homens e mulheres têm direitos iguais. Leva também com informações sobre direitos humanos, igualdade de gênero, intolerância, violência doméstica e familiar.
Fonte: Da Redação
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