Moisés é um dos milhares de venezuelanos que abandonaram o país de origem em busca de melhorias no Brasil. Ao Roraima em Tempo, o jovem que morava na cidade de Maturín, conta que já exercia a profissão de barbeiro na Venezuela.
Entretanto, por conta do avanço da crise humanitária no país, ele, a esposa e a filha de cinco meses deixaram tudo para trás e já estão há um mês em Pacaraima. Entre a pequena bagagem da família estão os materiais de barbearia de Moisés.
“Enquanto eu aguardo os papéis para tentar ser interiorizado para Santa Catarina, eu decidi cortar cabelo nas ruas. O dinheiro é pouco e o movimento às vezes é mais ou menos, mas é como consigo algo”, relatou.
A cena de barbearias improvisadas é comum nas ruas da cidade. Com cortes que custam em média R$ 10,00, esse é um dos meios que os refugiados venezuelanos encontraram para conseguir sobreviver na fronteira.
Assim como Moisés, Yennifer Materano, de 33 anos, também busca alternativas para conseguir uma renda no Brasil. Diferente do barbeiro, a mulher já está há quatro anos em Pacaraima e não quer ir embora.
Ela mora com marido e os três filhos em uma casa alugada. Para conseguir pagar as despesas, os dois decidiram abrir uma banca de café, onde um copo e um cigarro custam R$ 2,00.
O pequeno empreendimento surgiu durante o início da pandemia, após a demissão do esposo, que trabalhava em uma padaria da cidade.
Entre as dificuldades, a autônoma diz que há momentos em que ela não pode vender, pois a fiscalização retira os vendedores do lugar.
“Chego aqui às 4h e fico até a noite. Hoje cheguei nesse horário e estou aqui até agora. Às vezes não conseguimos trabalhar porque eles tiram nossas mesas, mas estamos aqui tentando”, comentou.
Assim como para as despesas, Yennifer também tenta guardar dinheiro para trazer uma das filhas que ainda está na Venezuela. O ganho com a banca de café é a esperança para reunir a família novamente.
Ontem, o Roraima em Tempo mostrou que a população imigrante em Pacaraima aumentou significativamente com a flexibilização na fronteira. De acordo com a Operação Acolhida, força-tarefa que presta apoio aos venezuelanos, cerca de 500 pessoas entram por dia no país.
Só na sexta-feira, a força-tarefa atendeu 1,6 mil pessoas e outras 900 ainda aguardavam na fila para iniciar o atendimento, que inclui vacina, testes contra a Covid-19, bem como documentação.
Ainda conforme levantamento da Organização Internacional para as Migrações (OIM), só em setembro 4.225 imigrantes estavam desabrigados na cidade.
Por conta disso, a Operação Acolhida abriu uma nova estrutura para dormitório emergencial. A estrutura tem capacidade para 700 pessoas. No total, a força-tarefa vai conseguir abrigar quase 4 mil pessoas.
Fonte: Samantha Rufino
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ótima matéria, parabéns