O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) divulgou um relatório mostrando que o ritmo e a escala das medidas tomadas até agora, assim como os planos atuais, são insuficientes para lidar com as mudanças no clima. Desse modo, a instituição divulgou as informações nesta segunda-feira (20).
Em suma, o documento alerta que se fazem necessárias medidas mais ambiciosas. Além disso, mostra que, “se agirmos agora, ainda é possível garantir um futuro sustentável e habitável para todos.”
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ONU Meio Ambiente) e a Organização Meteorológica Mundial (OMM) criaram o IPCC em 1988.
A proposta é fornecer avaliações científicas regulares sobre a mudança do clima, suas implicações e possíveis riscos futuros. Além de propor opções de adaptação e mitigação. O painel tem 195 países membros. Entre eles o Brasil.
“Em 2018, o IPCC destacou a escala sem precedentes do desafio de limitar o aquecimento a 1,5 °C. Cinco anos depois, o desafio é ainda maior por causa do aumento constante das emissões de gases de efeito estufa”, apontou o relatório.
Para se chegar a esse índice de 1,5 ºC acima dos níveis pré-industriais, é necessário reduzir pela metade as emissões globais até 2030.
“A queima de combustíveis fósseis e o uso desigual e insustentável de energia e terra por mais de um século causaram um aquecimento global de 1,1 °C acima dos níveis pré-industriais. Como resultado, eventos climáticos extremos ocorreram mais frequentes e intensos que têm gerado impactos cada vez mais perigosos para a natureza. E, também, às pessoas em todas as regiões do mundo”, aponta o documento.
Aditi Mukherji, uma das autoras do relatório de síntese, aponta que a justiça climática é crucial. Isso porque aqueles que menos contribuíram para a mudança climática são afetados de forma desproporcional. Ao todo, 93 pessoas contribuíram com o documento.
“Quase metade da população mundial vive em regiões altamente vulneráveis às mudanças climáticas. Na última década, o número de mortes em decorrência de inundações, secas e tempestades foi 15 vezes maior em regiões altamente vulneráveis”, disse, em nota, Mukherji sobre o relatório.
Em resumo, para alcançar as metas de contenção das mudanças climáticas, o IPCC propõe ações que visam reduzir ou evitar a emissão de gases efeito estufa, como o acesso à energia e a tecnologias limpas, eletrificação de baixo carbono e estímulo ao transporte público.
“Os benefícios econômicos para a saúde humana derivada apenas da melhoria da qualidade do ar seria aproximadamente a mesma, ou talvez até maior, do que os custos de reduzir ou evitar emissões.”
Fonte: Agência Brasil
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