Roraima possui um advogado para cada 264 habitantes. É o que aponta um levantamento do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O estado tem 2.466 advogados inscritos na OAB.
Todavia, o Brasil possui ainda uma população de 652.713 habitantes. O levantamento levantamento mostra ainda que o Brasil é o país com a maior proporção de advogados por habitante do mundo.
Ao todo cerca de 1,3 milhão de advogados exercem regularmente a profissão entre 212,7 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dessa forma, há um advogado para 164 brasileiros residentes no país.
Mais dados
Por outro lado, à frente do Brasil, está a Índia com pouco mais de 2 milhões de advogados, mas com uma população muito maior que a brasileira: 1,4 bilhão de indianos frente aos 212,7 milhões de brasileiros, o que resulta em aproximadamente 1 advogado para cada grupo de 700 habitantes. Os dados são da International Bar Association (IBA).
Do mesmo modo, nos Estados Unidos, os números mostram 1,3 milhão de advogados. No entanto, para uma população de 329,5 milhões de pessoas. As informações são da American Bar Association (ABA) e da ONU. Elas mostram uma proporção de 1 advogado para cada 253 habitantes.
Para se ter uma ideia do alto número de advogados entre a população brasileira, é possível comparar os dados com outras nações, a começar pela vizinha Argentina. Com uma população de 46,1 milhões de pessoas, segundo estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), existem 126 mil advogados.
Abertura excessiva de cursos
Uma das razões para o enorme número de advogados no Brasil é a abertura indiscriminada de cursos de direito pelo país. Se o número de inscritos na OAB é surpreendentemente grande.
Aquele referente aos estudantes de direito é ainda maior. Existem, hoje, no país, cerca de 1,8 mil cursos jurídicos e atualmente, segundo dados do próprio órgão, são mais de 700 mil alunos matriculados.
Luta antiga e histórica da OAB, a qualificação do ensino de direito no país poderia ter avanços maiores se não fosse a autorização desenfreada de cursos superiores na área jurídica pelo Ministério da Educação (MEC).
A Ordem, por meio do Exame de Ordem Unificado (EOU), acaba funcionando como uma espécie de funil educacional, peneirando os alunos aptos a trabalhar na área. A maioria não consegue passar no exame, e a taxa de aprovação, desde que a prova foi unificada no país, não passa de 20% – uma exceção foi o 33° EOU, em 2021, quando a taxa foi de 31,4%.
Fonte: Da Redação