Estudo analisa dados de violência doméstica de 2016 a 2021 - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Um dos maiores fatores de risco para casos de feminicídio em Roraima são términos de relacionamento. Resultados apontam que em cerca de 44% dos conflitos que resultaram em morte, os agressores não aceitavam a separação.
Os dados são do relatório ‘Até que a Morte Nos Separe’, lançado hoje (18) pela Coordenadoria Estadual de Violência Doméstica do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR).
O estudo analisa dados dos anos de 2016 a 2021. De acordo com o levantamento, nesse período, Roraima totalizou 33 casos de feminicídio, sendo 15 tentados e 18 consumados.
Em seguida, a Coordenadoria identificou as principais características dos crimes e localizou sete fatores de risco. São eles:
Além disso, os dados apontam que 84% dos casos são de relações afetivas, já o restante são de relações familiares entre mãe e filho, sogra e genro e irmão e irmã.
De acordo com Suelen Márcia Silva Alves, juíza responsável pela coordenadoria, a proposta surgiu para conscientizar a população sobre violência contra a mulher e, posteriormente, adotar políticas públicas para diminuir o problema.
“Nós fizemos um levantamento dos processos julgados. Os números não são expressivos, mas fizemos uma análise qualitativa […] Vamos utilizar o estudo para enfrentar e conscientizar as mulheres sobre o risco de morte. Vemos muitas vítimas que acreditam que o agressor não seria capaz de fazer aquilo, mas ocorre ao contrário, ”, ressalta.
Outro indicativo é que 56% das mortes ocorreram por meio de arma branca, sendo 50% por faca e outros 6% por outros instrumentos. Os casos de arma de fogo somam apenas 6%.
Conforme a juíza, na maioria dos casos os agressores costumam usar a força do corpo masculino contra o feminino para praticar a violência.
“No momento do ímpeto da violência, o agressor utiliza o que está na mão para cometer o feminicídio. Há também casos de pauladas e estrangulamento usando a própria mão. Vemos a crueldade desse meio”, avalia.
A coordenadoria também identificou que em 83% dos casos, já havia histórico de violência. Deste percentual, cerca de 53,5% foi violência psicológica, como por exemplo, ameaças de morte. Já as violências físicas ocorreram em menor número, sendo apenas 18% do total.
“A violência psicológica, então, é o mal que oculta em grande parte o potencial de risco de feminicídio que se instala nas relações”, destaca o relatório.
Ainda de acordo com o relatório, em 50% dos crimes existia uma separação. Entre eles, 11% dos términos ocorreram na data do crime. O estudo também identificou que 33% dos casos envolviam ciúmes ou suspeita de traição.
“A iniciativa da mulher em pôr fim a um casamento, a um namoro, infelizmente é um fator de risco para as vítimas. Muitos desses casos acontecem logo após o término ou entre cinco e seis meses. Então, é um tempo relativamente curto”, comenta a juíza.
Do total de feminicídios praticados, os resultados dão conta que em 39% havia uma nova relação com outro homem. No entanto, o levantamento também aponta que 33% dos casos não havia uma nova relação.
Por Samantha Rufino
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