TCE-RR realiza auditoria em recursos repassados pelo Governo do Estado ao município de Iracema

Governador Antonio Denarium (PP) enviou R$ 70 milhões para 12 municípios do interior de Roraima em junho de 2022, em razão do estado de calamidade decretado com a justificativa de fortes chuvas

TCE-RR realiza auditoria em recursos repassados pelo Governo do Estado ao município de Iracema
Fachada do TCE-RR – Foto: Divulgação

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-RR) enviou dois servidores a Iracema para realizarem auditoria nos recursos repassados pelo Governo de Roraima. A portaria está publicada no Diário Eletrônico desta segunda-feira (31).

É que o governador Antonio Denarium (PP) enviou cerca de R$ 70 milhões para 12 municípios do interior de Roraima em razão do estado de calamidade decretado por ele em junho do ano passado.

A informação foi publicada no Diário Oficial do dia 20 de junho de 2022. O Governo justificou a publicação como “Transferência de Recursos a Municípios em Situação de Emergência ou Calamidade”. Contudo, não especificou de que modo os municípios iriam aplicar a verba extra.

Confira o cronograma de auditoria:

Fase do trabalhoPeríodoDuração
Planejamento31/07/2023 a 04/08/20235 dias úteis
Execução07/08/2023 a 11/08/20235 dias úteis
Relatório14/08/2023 a 15/09/202323 dias úteis

O auditor de controle externo público, Gadêlha de Oliveira, supervisionará o trabalho.

Possíveis irregularidades no envio dos recursos

Em julho de 2022, o jornalista Bruno Perez moveu uma ação popular contra o governador de Roraima e o secretário de Fazenda, Manoel Sueide Freitas após o repasse de quase R$ 70 milhões a 12 prefeituras do interior.

O processo pedia para que a Coordenação Estadual de Defesa Civil passasse a administrar o volume de recursos. E com a supervisão dos ministérios públicos Estadual e Eleitoral. Do mesmo modo, pedia ainda que os prefeitos prestassem contas do dinheiro empregado, detalhando dados sobre as famílias desabrigadas.

Outro pedido se tratava da prestação de informações sobre os locais e as ações que foram executadas na reforma de estradas vicinais e pontes.

Na ação, consta que o Governo do Estado deveria, obrigatoriamente, ter alocado o dinheiro aos cuidados da Defesa Civil do Corpo de Bombeiros, como o programado na Lei Orçamentária de 2022.

No entanto, de forma irregular, segundo o processo, foi incluído por decreto uma nova programação orçamentária através da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz). Assim, a Pasta transferiu os recursos públicos diretamente para as contas das prefeituras declaradas em situação de emergência e/ou calamidade pública.

De acordo com Bruno Perez, o Governo praticou essa ilegalidade para ter mais liberdade. Tendo em vista que o Corpo de Bombeiros teria bastante responsabilidade para conduzir os processos de compras. Principalmente porque 2022 era ano eleitoral.

Justiça incluiu municípios em ação

Em agosto do ano passado, o Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) determinou a inclusão de 12 municípios na Ação Popular. A medida ocorreu para que os prefeitos mostrassem relatórios e documentos de como aplicaram o dinheiro e a relação de famílias afetadas pelas chuvas. O que não ocorreu.

A determinação foi assinada pelo juiz Aluizio Ferreira, responsável pelo processo na 1ª Vara da Fazenda Pública. Conforme o documento, os municípios incluídos foram: Alto Alegre, Amajari, Bonfim, Cantá, Caracaraí, Caroebe, Iracema, Normandia, Pacaraima, Rorainópolis, São João da Baliza e Uiramutã.

Do mesmo modo, à época, o magistrado também intimou o Ministério Público Estadual (MPRR), o Ministério Público Eleitoral, e as prefeituras a se manifestarem no processo.

Fonte: Da Redação

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