Os residentes médicos da Universidade Federal de Roraima, (UFRR) denunciaram em carta aberta, as dificuldades na aprendizagem após a Secretaria de Saúde do Estado (Sesau) terceirizar o serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Geral de Roraima (HGR).
No documento publicado nessa quinta-feira (1º), os profissionais expuseram as limitações impostas dentro do hospital. Eles relatam que tiveram uma redução drástica no campo de estágio. Além disso, eles também disseram que as atividades que desempenham não condizem com a prática ideal para a área de formação.
“Nós nos encontramos com somente um dia de atividade neste hospital, além de acompanharmos o serviço de neurocirúrgia por um dia em cirurgias referentes à coluna, por vezes de forma irregular devido volume de tais cirurgias […] tal situação tem se demonstrada insuficiente para a formação de médicos residentes e mediante a importância das atividades práticas para a formação de bons profissionais”, diz trecho da carta.
Do mesmo modo, o documento pede ainda, a imediata intervenção dos órgãos competentes. “É de se saber, que esta situação existe há cerca de 4 meses, sem nenhuma providência tomada por nenhuma instituição até então“, diz outro trecho do documento.
Em fevereiro do ano passado, médicos residentes já haviam feito denúncia junto ao Ministério Público Federal (MPF). Na época o MPF solicitou ao reitor da UFRR, José Geraldo Ticianeli, que informasse como realizaria a residência médica dos alunos.
A reportagem procurou a UFRR e a Sesau para esclarecimentos sobre o caso e aguarda retorno.Por meio de nota, a Sesau disse que a suspensão da residência médica de estudantes de ortopedia foi solicitada pela própria Comissão de Residência Médica da Universidade.
O serviço de Ortopedia e Traumatologia está em vigência desde dezembro de 2022, com a atuação dos profissionais da empresa contratada, a MedTrauma. Em outubro do ano passado, a Sesau renovou o contrato com a empresa por R$ 30 milhões. O contrato vale até novembro de 2024.
Além disso, a empresa é investigada por suspeita de desvio de verbas. O Tribunal de Constas do Acre (TCE-AC) havia cobrado da MedTrauma a relação de todas as notas fiscais emitidas. Assim como as respectivas medições, notas de empenho e pagamentos no valor de R$ 13 milhões.
Nesta sexta-feira (2) a Polícia Federal (PF) deflagrou em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU), a operação Higeia para investigar a existência de uma organização criminosa que teria atuado em fraude de licitações para serviços de traumatologia e ortopedia resultando ent na adesão de uma ata de registro de preço licitada pelo Governo do Acre.
Por fim, as investigações da PF indicam que a contratação ocorreu sem um estudo técnico preliminar que comprovasse a necessidade interna do serviço. E que ainda desconsiderou auditorias anteriores do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria Geral da União (CGU) que indicaram suspeitas de direcionamento de licitação e superfaturamento da contratação da empresa pelo Governo do Acre.
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Fonte: Da Redação
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