A Terra Indígena Yanomami é a segunda colocada no ranking das áreas protegidas mais desmatadas da Amazônia. Os dados são do boletim trimestral do Instituto de Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
O estudo foi divulgado em junho e o levantamento é referente aos meses de fevereiro a abril de 2021.
Conforme o Imazon, as três terras indígenas mais pressionadas foram a Yanomami (AM/RR), Alto Rio Negro (AM) e Mundurukú (PA).
O documento destaca ainda que tanto o território Yanomami quanto o Mundurukú foram alvos de ataques de garimpeiros ilegais recentemente.
Na semana passada, Yanomami em Roraima relataram dois novos ataques de garimpeiros, após operação da Polícia Federal (PF) na TI.
Entenda
Segundo o Imazon, é classificado como pressão o desmatamento que ocorre nas áreas protegidas. Portanto, quando avalia todos os territórios, o que mais sofreu pressão foi a Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu, no Pará.
De acordo com o boletim, o local teve três vezes mais ocorrências de desmatamento que o segundo colocado, o território Yanomami, e, quatro vezes mais do que o terceiro, a Flona do Jamanxim (PA).
“Para analisar a pressão nas áreas protegidas, o Imazon cruza dados do Sistema de Alerta do Desmatamento com células de 100 km² na Amazônia Legal”, destacou o documento.
Estados
Conforme o documento, os estados que mais desmataram em maio foram Pará e Amazonas, que somaram 688 km² de desmatamento, o que corresponde a 60% do total detectado na região amazônica.
No ranking, o terceiro estado que mais desmatou em maio foi o Mato Grosso (20%), enquanto Rondônia registrou (12%), seguido do Acre (4%), Maranhão (3%) e Roraima (1%).
Por categoria de território, 66% dos desmatamentos ocorreram em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse, 17% em assentamentos, 15% em unidades de conservação e 2% em terras indígenas.
O Imazon classifica desmatamento como o processo de realização do ‘corte raso’, que é a remoção completa da vegetação florestal. Contudo, na maioria das vezes, essa mata é convertida em áreas de pasto.
Degradação
Com relação às florestas degradadas, caracterizadas pela extração das árvores, somaram 39 km² em maio. Um aumento de 144% em relação ao mesmo período em 2020, que foi de 16 km².
A maior degradação detectada em maio deste ano ocorreu no Mato Grosso (85%) e a segunda maior no Pará (15%).
Por Yara Walker