Confira sete grandes resgates de músicas antigas em filmes

É sempre um boa notícia ver a geração Z curtindo clássicos da época dos pais

Confira sete grandes resgates de músicas antigas em filmes
Foto: Divulgação

“Wandinha”, nova série da Netflix, trouxe uma música da banda The Cramps em uma cena muito bacana de dança. Talvez a música não tenha caído no gosto do público como Running Up That Hills, de Kate Bush (que tocou na série “Stranger Things”). Mesmo assim, é interessante ver esse resgate de músicas antigas nas séries de público jovem. É sempre um boa notícia ver a geração Z curtindo clássicos da época dos pais.

Essa tendência, no entanto, também já é velha. A diferença é que, antigamente, os filmes é que faziam isso. Muitos diretores já escolhiam músicas antigas para fazer parte da trilha de seu filme. Claro que os efeitos eram outros, já que, atualmente, a viralização na Internet potencializa o alcance das canções. Mesmo assim, os resultados saíam melhor que o esperado e algumas músicas marcaram muito os filmes que as acolheram.

Abaixo, uma relação de algumas músicas que combinaram tanto com seus filmes que parece que nasceram um para o outro. Em alguns casos, nem parece que a música era mais antiga que o filme.

“The End”, no filme Apocalypse Now (1979)

Se o início da obra-prima de Francis Ford Coppola é inesquecível, boa parte da culpa é da música da banda The Doors. Lançada em 1967, no álbum de estreia da banda de Jim Morrison, “The End” foi modificada para o filme, mas manteve seu espírito soturno. Até porque… que começo, hein? Nele, uma floresta calma, de repente, aparece incendiada por napalm, embalada pela voz tranquila de Morrison (que morreu em 1971, aos 27 anos de idade). Uma tragédia que torna a guerra do filme ainda mais apocalíptica.

“Long Tall Sally”, no filme O Predador (1987)

Antes da criatura aparecer, a primeira coisa que me chamou atenção em O Predador foi o rock anos 1950, que toca na cena do helicóptero. Foi por causa dessa cena que nunca me esqueci de “Long Tall Sally”, que Little Richard lançou em 1957. Pior é que a letra não tem nada a ver com a trama sci-fi. É só uma canção divertida para uma parte descontraída, antes do terror da galera começar. Mesmo assim, ouço qualquer outra canção de Little Richard e minha mente a substitui por “Long Tall Sally” – que me liga ao Predador.

“Oh, Pretty Woman”, no filme Uma Linda Mulher (1990)

É possível que ainda tenha gente que não saiba que a canção de Roy Orbison é de 1964 – mais de duas décadas antes do lançamento de Uma Linda Mulher. Não importa: ouvimos “Oh, Pretty Woman” e, automaticamente, Julia Roberts e Richard Gere aparecem na nossa cabeça. O que começou como uma brincadeira com a semelhança com o título original terminou como uma das melhores combinações música/filme do cinema. Duvido você ouvir os primeiros acordes e se lembrar primeiro do cantor ao invés do filme.

“Unchained Melody”, no filme Ghost: Do Outro Lado da Vida (1990)

Regravada horrores no século XX, inclusive por Elvis Presley, “Unchained Melody” teve sua versão mais famosa com o duo The Righteous Brothers, em 1965. Porém, foi em 1990 que ela alcançou o topo do mundo, como a canção principal da maior bilheteria de 1990: Ghost: Do Outro Lado da Vida. A combinação deu tão certo que parece que música foi feita especialmente para Patrick Swayze e Demi Moore (que só tinha 3 anos de idade quando a música foi lançada).

“Mirselou”, no filme Pulp Fiction (1994)

O grupo musical Black Eyed Peas se inspirou em Pulp Fiction para a música “Pump it”? Nada disso. Tarantino é que pegou emprestado uma surf music de 1962 para seu filme. Aliás, a própria “Miserlou” também é uma “cópia”. De todo modo, o que aconteceu em Pulp Fiction é um feito inacreditável: uma música esportiva virou tema de gangsters que conversam sobre sanduíches e versículos da Bíblia. Só mesmo o tino pop de Tarantino para enxergar (e aplicar) uma combinação tão improvável quanto certeira.

“Bang, Bang (My Baby Shot me Down)”, no filme Kill Bill: Vol. 1 (2004)

Falando nele, este é outro dos vários acertos de Tarantino. Desta vez, a combinação tem fundamento, ainda que irônico: “Bang Bang (My Baby Shot me Down)” fala sobre um tiroteio de brincadeira. E o filme é sobre o quê? Uma noiva que toma um tiro na cabeça, acorda do coma e busca vingança. E, ainda por cima, tudo leva a crer que o autor do disparo era o caso amoroso (ou seja, o my baby) da vítima. O violão enlutado e a voz calma de Nancy Sinatra caíram como uma luva nessa história sinistra e divertida.

“Time in a Bottle”, no filme X-Men: Dias de um Futuro Esquecido

A cena do Mercúrio em X-Men: Apocalypse, com a clássica “Sweet Dreams”, ganhou o público e viralizou nas redes sociais. Apesar de ser um momento muito bacana, eu prefiro a do filme anterior, quando surgiu essa ideia da câmera lenta com o personagem ultraveloz. Foi cerca de um minuto e meio inesquecível da melhor cena de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido. E a música de fundo, “Time in a Bottle”, de Jim Croce (um dos meus cantores favoritos), reflete sobre recordações e a velocidade do tempo. Ora, ora…

Júnior Guimarães é jornalista e escreve a coluna Cinema em Tempo. Toda semana aqui no Roraima em Tempo temos uma análise sobre o mundo cinematográfico. No Youtube,  Júnior tem um  canal onde faz críticas e avaliações sobre cinema.

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