ENTENDA O MOTIVO – Por que Denarium não pagou o 13° aos seletivados

Governador pagou concursados, por força da lei, e comissionados – cabos eleitorais – mas seletivados não receberam porque são votos não garantidos

ENTENDA O MOTIVO – Por que Denarium não pagou o 13° aos seletivados
Antonio Denarium – Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Antônio Denarium acaba de entrar para a história de Roraima como o primeiro governador de todos os tempos que não pagou o 13° salário a todos servidores públicos do Estado. Ontem, dia 23, vossa excelência deixou de fora do benefício milhares de pais de família seletivados. Pois bem. Explico o motivo de tamanha covardia de seu Antônio.

Dos 100% de servidores do Estado, apenas 30% são concursados. E esses receberam o 13° porque a lei os  assegura. Portanto, o governador tem a obrigação de pagá-los.

Outros 30% do quadro do Executivo são formados por servidores com cargo comissionado. São os indicados e apadrinhados do governador. Esses, os cabos eleitorais e correligionários de seu Antônio, também foram contemplados com o 13°. O pagamento do benefício fica a critério do próprio governador.

Mas 40% dos servidores do Estado, atualmente, têm contrato por meio de processo seletivo. Esses, a maioria, têm contrato firmado com o governo por seis meses, podendo ser prorrogado por mais seis. Contudo, como não são votos certos, seu Antônio decidiu não pagá-los. Sacaram?

Resumindo: seu Antônio pagou os concursados, por força da lei, e seus cabos eleitorais, que representam votos garantidos. Mas os seletivados, a maioria, ficou sem receber o 13° porque o governador não tem certeza que terá o voto deles, que terão os contratos reincididos antes das eleições de outubro.

Denarium prometeu, mas fez o contrário

É bom lembrar que ao assumir o governo, no início de 2019, Denarium prometeu fazer concurso público e acabar com a “farra dos comissionados”, mas o que vemos hoje é justamente o contrário.

Seu Antônio criou fundações, institutos e secretarias inúteis apenas para barganhar indecentes acordos políticos. Não bastasse, vossa excelência criou ainda mais de 1.500 comissionados para acomodar seus cabos eleitorais e correligionários.

Ou seja. Denarium instituiu, oficializou a compra de votos em Roraima, já que paga esses comissionados, em troca de votos, usando dinheiro público. O mais absurdo é que tudo foi feita às claras, debaixo das barbas dos órgãos competentes, que deveriam combater o crime e zelar pelo bem da coisa pública.

É óbvio que esses comissionados que hoje “mamam” nas tetas do governo são votos garantidos para seu Antônio. Pois se não votarem no patrão em outubro próximo, perdem a “boquinha” do emprego fácil com altos salários. E ninguém é besta a ponto de abrir mão das benesses do governo.

Exemplo vergonhoso

Como exemplo de tamanha maracutaia no governo, podemos citar o indecente caso da maquiadora da primeira-dama, Simone Denarium. A dona nunca pisou no local de trabalho, o HGR, mas já faturou mais de R$ 180 mil do governo de seu Antônio, sem dar sequer um “prego em barra de sabão”.

Mesmo sem nunca ter pisado no local de trabalho, mas como é comissionada na Sesau ganhando um super salário, a maquiadora da Simone recebeu ontem, inclusive, o 13° salário, enquanto milhares de seletivados, inclusive do próprio HGR, que trabalham de verdade, não receberam o benefício.

É muita sacanagem do seu Antônio. Tremenda falta de respeito com trabalhador honesto, pai de família que todo dia acorda cedo para ir trabalhar. Mas a covardia de seu Antônio, com certeza, vai refletir no resultado das eleições em outubro próximo. Podem anotar isso aí. O troco vem nas urnas, vossa excelência.

Álvares dos Anjos – cronista.

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