Projeto de empoderamento capacita mulheres refugiadas para o mercado de trabalho em Boa Vista

Cerca de 50 mulheres receberam o certificado de conclusão de curso na capital

Projeto de empoderamento capacita mulheres refugiadas para o mercado de trabalho em Boa Vista
Objetivo é capacitar mulheres refugiadas ao mercado de trabalho – Foto: Reprodução/ACNUR

A sétima edição do Empoderando Refugiadas encerrou nesta quinta-feira (15) de dezembro. O projeto formou 116 mulheres venezuelanas, que estão capacitadas para o mercado de trabalho brasileiro. O objetivo é promover preparação, empregabilidade e a interiorização de mulheres refugiadas e migrantes.

De acordo com da ONU, cerca de 50 mulheres receberam certificado de conclusão de curso na última quinta-feira (8) em Boa Vista. Do mesmo modo, outras 13 concluíram a formação em Curitiba.

Além disso, as turmas contemplaram a participação de mulheres com deficiência, doenças crônicas, LGBTQI+ e acima de 50 anos.

O projeto Empoderando Refugiadas é uma iniciativa realizada pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Pacto Global da ONU no Brasil e ONU Mulheres.

Nesse sentido, o programa também busca sensibilizar empresas para a importância de equipes diversas e inclusivas. Assim, mulheres podem ser interiorizadas de forma voluntária para outras cidades do Brasil.

Esse é o caso da Egimar, que vive há três meses no Brasil e recebeu o certificado do curso de Processos Logísticos em Boa Vista. Durante a cerimônia, ela comemorava também a vaga de emprego que conseguiu em São Paulo (SP).

“Vim para o Brasil pensando em trabalhar, crescer e buscar uma estabilidade. Tive a oportunidade de participar do projeto e isso ajudou a aprender coisas novas e inovar meus conhecimentos. O projeto é muito importante porque a gente se sente produtiva, poderosa e que podemos fazer qualquer coisa que quisermos. É muito maravilhoso”, celebrou.

Betzys também esteve entre as formandas da sétima edição em Roraima. Ela vive com uma deficiência que limita os movimentos no braço. Mas limita sua capacidade de aprender.

“O projeto tem nos ajudado a conseguir um trabalho e seguir adiante. É algo bom porque, com o curso, podemos conseguir um emprego, ajudar a nossa família e ter a oportunidade de sermos interiorizadas. Quero seguir avançando e tenho em vista um futuro melhor no Brasil. O curso nos deu ânimo como mulheres, pois podemos chegar mais longe e temos capacidade para isso”, ressaltou.

Histórico do projeto

Iniciado em 2015 em São Paulo, o Empoderando Refugiadas chegou a Roraima para responder ao aumento do fluxo de pessoas refugiadas e migrantes. Especialmente, pessoas vindas da Venezuela.

Da mesma forma, o projeto visa trabalhar junto com a Operação Acolhida para elevar a participação de mulheres nessa modalidade de interiorização.  

Para Luis Lacortt, Chefe da subcélula de Vaga de Emprego Sinalizada da Operação Acolhida, as capacitações oferecidas são um diferencial para o empregador.

“O curso capacita as beneficiárias venezuelanas e isso é muito importante porque, quando recebemos esse público capacitado, nos já apresentamos um diferencial para as contratações. Aumenta o interesse das empresas vendo que essas pessoas estão preparadas. Hoje, algumas mulheres que se formaram e receberam o certificado já estão em processo de interiorização pela vaga de emprego sinalizada”, destacou.

Para Mariana Salvadori, gerente de projetos da ONU Mulheres, iniciativas como o Empoderando Refugiadas conseguem chamar a atenção para demandas específicas.

“Muitas mulheres que participam dos cursos são as únicas responsáveis pelo sustento do lar e o cuidado de crianças. Há também aquelas que ficam nos abrigos com filhos e filhas enquanto apenas o marido consegue ser interiorizado com uma vaga de emprego. O Empoderando Refugiadas é uma forma de alcançar essas mulheres. Muitas vezes, possuem formação e experiência, mas mesmo assim têm dificuldades em acessar o mercado formal de trabalho”, afirmou.

Fonte: Da Redação

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