Escolas estaduais indígenas paralisam atividades por falta de merendeiras

Conforme denúncia, há cinco meses que estudantes não têm acesso à merenda já que não existem profissionais para preparar os alimentos nas unidades

Escolas estaduais indígenas paralisam atividades por falta de merendeiras
Foto: Divulgação

Alunos das escolas estaduais indígenas de várias localidades de Roraima, denunciaram nesta quarta-feira (22) que as unidades estão sem merendeiras, por isso, vão paralisar as atividades.

Protestos já ocorreram nas escolas Genivaldo Thome Macuxi, na comunidade Vista Alegre, e na Escola Índio Dionísio Figueiredo, localizada na Comunidade do Milho em Boa Vista. Na sexta-feira (24), vai ocorrer uma nova manifestação em frente da Secretaria Estadual de Educação (Seed).

Veja o vídeo:

Conforme um dos vídeos enviados à reportagem, há cinco meses que os estudantes não tem acesso à merenda nas instituição, já que não existem profissionais para o preparo. A aluna Juliana Machado, cobrou posicionamento do Governo de Roraima sobre a contratação das merendeiras.

“Os povos fizeram seletivos para as merendeiras e simplesmente esqueceram. Agora vai fazer cinco meses que estamos sem as merendeiras. A gente precisa de merendeira e queremos também respeito!”

Lideranças indígenas cobraram o direito dos alunos

Além disso, o Tuxaua da Comunidade do Milho, Julio Vieira reforçou o pedido ao Governo de Roraima e cobrou respostas da Seed.

“Aos secretários e ao Governo, a gente pede a contratação dos profissionais da copa e cozinha das escolas indígenas. Isso já está demorando e quem sofre são os alunos. Estão adiando muito e precisamos desses profissionais dentro das escolas indígenas […] um aluno de barriga vazia não vai aprender. Já temos a nossa situação precária das estruturas, por isso vamos agilizar aí, governador”, disse.

O pai de um aluno, Salisson Tavares, disse que as lideranças já se reuniram para apoio à paralisação. “Nós não estamos pedindo nenhum favor e sim exigindo nossos direitos”.

Do mesmo modo, uma aluna que não foi identificada, disse que a situação é uma falta de respeito com os povos originários. Os alunos também ressaltam que é de direito a presença dos profissionais nas escolas, bem como acesso a um ensino de qualidade. “Não somos palhaços. Prometeu tem que cumprir. Merendeira já!

Recomendação do MPF

Em fevereiro, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou que o Governo fizesse a contratação das merendeiras para as escolas indígenas.

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Assim, o Governo divulgou em março o seletivo para a contratação dos profissionais. O seletivo ofertou 246 vagas e o objetivo era atender as necessidades das escolas indígenas. A reportagem entrou em contato com a Seed para saber quando vai ocorrer a convocação das merendeiras.

Por meio de nota, a Seed disse que houve reunião com  representantes de lideranças indígenas e que comunicou a decisão de alterar a modalidade de contratação desses profissionais, após parecer da Procuradoria Geral do Estado de Roraima, cancelando o processo seletivo e optando pela contratação por meio de empresa terceirizada. Disse ainda, que vai divulgar nesta quarta-feira, (22) o cronograma de atendimento e recebimento da documentação dos candidatos, que deve iniciar nesta sexta-feira (24).

Fonte: Da Redação

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